O sucesso indesejado do “pimba” mudou regras em Portugal; até no Top +

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Uma década 1990 com a elite da música que não aceitava ser ultrapassada por Emanuel, Iran Costa ou Mónica Sintra.

O sucesso da música popular portuguesa deu um salto por causa da Pimba Pimba de Emanuel. Aliás, é daí que vem a designação “música pimba”.

Só que esse sucesso inesperado também era um sucesso indesejado. Boa parte do país musical não estava à espera desta novidade. Nem queria esta novidade.

Maria Alexandra de Oliveira, radialista, reforça que “os media não estavam preparados para aceitar este tipo de música”.

E “havia sempre aquele grupo de elite que defendia a dita música pop, certos grupos que não queriam aceitar que esta música entrasse no mercado“.

Nem queriam imaginar que o que estava à frente no top nacional de vendas era o Emanuel com o Pimba Pimba, o Iran Costa com O bicho, o Fernando Correia Marques com Burrito, a Ágata ou a Mónica Sintra”, continuou, na RTP.

Para alguns nomes com peso no mercado musical, “era muito difícil aceitar que estariam atrás dos ditos pimba”.

Carlos Ribeiro levou este estilo musical para a televisão, no famoso programa Made in Portugal, a “grande montra da música portuguesa”.

Mas essa montra foi um problema para o apresentador. “Fui quase crucificado”, recorda. “Naquela altura não era muito possível, não era muito provável” levar aquele estilo de música para a televisão. Ainda por cima para o primeiro canal da estação pública.

Outros apresentadores tinham receio de levar ao programa Zé Malhoa, Tony Carreira ou Ágata.

Voltando à “Pimba Pimba”, o próprio Emanuel conta que o seu sucesso criou confusão e alterou regras da Associação Fonográfica Portuguesa.

Exemplo: “Para entrarmos no Top + (antigo programa da RTP), 4 cassetes vendidas davam 1 ponto ao artista em causa. Como, com 4 pontos eu tinha aqueles pontos todos e não me tiravam de lá, passaram para 6 cassetes igual a 1 ponto“.

João Azeitona, ex-produtor, acrescenta: “Mesmo assim, o Emanuel conseguiu ser um campeão de vendas”.

ZAP //

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3 Comments

  1. A musica pimba, não é musica.
    Pois a verdadeira musica requer ter aulas de canto, para que se possa estar sempre afinado. Pois a desafinação não é musica. E na musica pimba a desafinação é o prato do dia!
    Porquê que por exemplo, a Joss Stone tem o sucesso mundial que tem? -Porque ela é altamente rigorosa com ela própria. Exige a ela mesma, ter uma voz cada vez melhor!
    Portugal, culturalmente falando, não precisa de musica pimba para nada, pois a musica pimba, não faz parte da verdadeira cultura. O que Portugal precisa é de finalmente buscar as suas raízes celtas, e fazer como se faz na Irlanda, não apenas em zonas de Portugal, mas em todo o país.
    Olho para a Irlanda e fico encantado. Eles têm uma forte ligação as suas raízes e isso está patente na sua cultura, que inclui a música. Infelizmente, Portugal, que também tem raízes celtas, não faz o mesmo, por todo o país. Em vez disso, dão palco a uma música, que de musica nada tem, a música pimba!

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    • “Organização de sons com intenções estéticas, artísticas ou lúdicas, variáveis de acordo com o autor, com a zona geográfica, com a época, etc.
      “música”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2024,

      Música pimba é música e é cultura. Se vai de encontro a todos os gostos, não. Para uns é mais “simplória” sem rigor musical ou lírico. Porém existem músicas que perpectuam no nosso aspecto cultural e musical, justamente pela sua simplicidade e/ou factor lúdico ou entretenimento.
      Desse modo o que diferencia o termo música, nos vários estilos da mesma ?
      Música não exige aulas de canto. Muitas vezes a interpretação sobrepôe-se ao valor vocal. Só a título de referência (discutível, como tudo na vida) dou o caso do Pedro Abrunhosa ou Rui Velose. São dois grandes da música portuguesa ? Penso que sim. Mas neste caso não será pela sua capacidade vocal. Não quero dizer que não possam existir outras opiniões, somente deixar a minha…

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