Steve Bannon recusou responder às perguntas do Congresso sobre interferência russa

Gage Skidmore / Flickr

Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos.

O antigo conselheiro do Presidente dos EUA recusou-se a responder às questões da Comissão da Câmara dos Representantes sobre a alegada ingerência russa na campanha presidencial de 2016.

Steve Bannon foi questionado durante sete horas pela Comissão da Câmara dos Representantes, em Washington, no quadro do inquérito sobre a suposta campanha de desinformação de Moscovo contra a candidata democrata Hillary Clinton, em 2016, e os alegados apoios de Moscovo à candidatura de Donald Trump.

O ex-conselheiro presidencial, citado no recente livro que expõe o Presidente dos EUA, invocou a “prerrogativa presidencial” porque os factos ocorreram supostamente no período de transição – entre a eleição e a investidura – e depois durante o período em que desempenhou funções na Casa Branca: entre janeiro e agosto de 2017.

A prerrogativa permite ao chefe de Estado e a alguns membros do executivo norte-americano evitarem a divulgação de informações ao Congresso ou mesmo perante um tribunal.

Paralelamente, de acordo com o New York Times, Bannon foi intimado judicialmente a comparecer perante o procurador especial responsável pelo inquérito, Robert Mueller.

Esta atitude foi criticada pelo presidente da Comissão do Congresso, o republicano David Nunes, que acusou o ex-assessor de “obstrução” e admitiu tomar iniciativas no sentido de fazer com que venha a “ser obrigado a cooperar com o Congresso”.

No livro “The Fire and Fury”, do jornalista Michael Wolff, Bannon afirma, nomeadamente, que Donald Trump Júnior, filho do Presidente, cometeu um “ato de traição” quando se encontrou com um advogado russo que reclamava estar na posse de “informações comprometedoras contra Hillary Clinton”.

O fundador do Breitbart News, site de notícias da extrema-direita norte-americana, foi forçado a sair da Casa Branca, em agosto de 2017, por Donald Trump, que considera desde então que este “perdeu o juízo”.

Depois da polémica, o nacionalista de 64 anos emitiu um pedido de desculpas, dizendo que o filho mais velho de Trump é “um patriota e um homem bom” e assegurando que a referência feita a uma eventual traição era dirigida apenas ao então diretor de campanha Paul Manafort.

ZAP // Lusa

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