A Algaeing, criada em 2016, é uma empresa que converte as algas numa fórmula líquida, que depois pode ser usada como corante ou transformada num tecido.
A indústria da moda é uma das responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa e pela enorme quantidade de resíduos que acabam incinerados em aterros. É por isso que uma start-up israelita está a criar um tecido biodegradável e que tem um baixo consumo de energia – feito a partir de algas.
“Queremos aproveitar o poder das algas para criar um impacto real e genuíno contra as alterações climáticas”, disse à cadeia televisiva CNN Renana Krebs, CEO e uma das fundadoras da empresa Algaeing.
Criada em 2016, a marca conta com a ajuda da empresa Algatech, também israelita, que fornece as algas através da sua produção em “hortas verticais”, na água do mar, que funcionam com energia solar. Isto significa que, ao contrário do algodão, não ocupam terrenos agrícolas, nem têm as emissões de carbono associadas ao uso de fertilizantes.
A Algaeing converte as algas numa fórmula líquida, que pode depois ser usada como corante ou transformada num tecido quando combinada com celulose, uma fibra vegetal, que os fabricantes podem eles mesmo fazer ao usar a receita patenteada desta empresa.
Além da poluição associada à indústria, a produção de algodão também implica a utilização de milhões de litros de água. Segundo a sua co-fundadora, as fibras da Algaeing também reduzem o uso de água em 80%.
E não nos podemos esquecer do impacto humano, uma vez que quem trabalha na indústria têxtil costuma estar exposto a químicos perigosos e metais pesados. Neste caso, o corante à base de algas também não é tóxico e não contém alergénios, sendo não só uma vantagem para estes trabalhadores, mas também para os próprios consumidores.
Krebs acrescenta que o foco da Algaeing é mudar a cadeia de abastecimento da indústria e revelou que a empresa está a preparar-se para o lançamento comercial da sua tecnologia patenteada, já no próximo ano.
“Estamos a criar uma nova geração, uma nova categoria de produtos“, concluiu na entrevista à estação norte-americana.