O foguete mais poderoso alguma vez desenvolvido na história da exploração espacial tinha o seu encontro com a história marcado pata esta segunda-feira . A expectativa em relação ao histórico voo era elevada, depois de Elon Musk lhe ter dado “50% de probabilidade de correr bem”.
O voo inaugural da nave Starship, previsto para as 14.50 desta segunda-feira, foi adiado cerca de 15 minutos antes do lançamento, depois de ter sido detetado um problema de pressurização no veículo.
Os engenheiros de voo optaram por adiar o lançamento, e realizar apenas testes de todos os sistemas — excepto o lançamento em si.
A Starship, nave espacial construída pela SpaceX de Elon Musk, tem quase 120 metros de altura e foi projetada para ter quase o dobro da propulsão de qualquer outro foguete já construído.
O histórico lançamento na nave, que não leva tripulação, vai ter lugar na base de Boca Chica, no Texas, Estados Unidos.
O objetivo deste voo de testes, o primeiro da enorme Starship, é levar o estágio superior do foguete a completar quase uma volta completa à Terra.
A expectativa em relação ao sucesso do voo inaugural da Starship era elevada, depois de Elon Musk lhe ter dado, a semana passada, “50% de probabilidade de correr bem”. Ou mal.
Não é incomum que haja algum tipo de falha no lançamento inaugural de um novo foguetão. Em 2019, o primeiro protótipo em tamanho real da Starship explodiu durante um teste.
“É o primeiro lançamento de um foguetão gigantesco, muito complexo. Pode ser que não seja lançado. Vamos ter muita cautela e, se virmos algo que nos preocupe, vamos adiar o lançamento”, tinha dito Musk durante um evento no Twitter Spaces.
Com a sua nova Starship, Musk espera revolucionar completamente o negócio dos transportes aeroespaciais. A nave foi projetada para ser totalmente e rapidamente reutilizável, e será capaz de transportar até 150 toneladas, quando for reutilizada, ou 250 toneladas, se puder ser descartada após a missão.
O fundador da Tesla e SpaceX prevê que a nave possa transportar pessoas e colocar satélites em órbita várias vezes por dia, da mesma forma que um avião a jato pode cruzar o Atlântico, e que o novo veículo espacial poderá inaugurar uma era de viagens interplanetárias para pessoas comuns.
O segmento superior da Starship foi testado anteriormente em lançamentos curtos, mas esta é a primeira vez que é lançado com o estágio inferior.
Este propulsor gigantesco, chamado Super Heavy, foi acionado enquanto estava preso à sua torre de lançamento em fevereiro. No entanto, os motores foram na altura desacelerados a metade da sua capacidade.
No seu voo inaugural, a Starship irá descolar e seguir em direção ao Golfo do México, com os 33 motores da parte inferior do propulsor a queimar metano durante quase 3 minutos.
Nessa altura, a 100 km acima da superfície do planeta, as duas metades do foguete separam-se, e o segmento superior — a própria Starship — segue caminho com os seus próprios motores durante mais seis minutos e meio.
O propulsor Super Heavy deverá regressar a Terra perto da costa do Texas e pousar verticalmente, pairando sobre as águas do Golfo. Em seguida, irá tombar e afundar-se.
O plano de voo da Starship prevê que a nave reentre na atmosfera da Terra após dar quase uma volta completa à Terra, pousando no Pacífico a norte do Havai cerca de 90 minutos após a descolagem, com uma descida de barriga no oceano.
A SpaceX tem testado em Boca Chica diferentes abordagens para a construção de veículos espaciais de aço. A longo prazo, a empresa espera que tanto o propulsor como a nave façam pousos controlados para que possam ser reabastecidos e relançados rapidamente.
Um dos espectadores mais interessados no lançamento desta segunda-feira é a NASA. A agência espacial americana pagou 3 mil milhões de dólares à SpaceX por uma versão da Starship para pousar na Lua com astronautas a bordo — na que será a terceira viagem da Missão Artemis.
ZAP // BBC