Não é só a aparência. Os sósias têm muito mais em comum do que pensávamos

Para além de uma composição genética extremamente semelhante, os sósias também podem ter em comum aspectos do seu estilo de vida, como se são ou não fumadores ou até o nível de educação.

Ter um sósia não é só uma mera coincidência. Um novo estudo publicado na Cell Reports fez uma análise ao ADN de 16 pares de sósias e revelou que há muitos outros fatores que unem estas pessoas para além das parecenças físicas, como um altura e peso semelhantes e até hábitos e comportamentos parecidos.

Já há muito tempo que os gémeos fascinam os cientistas, mas os sósias são um território menos explorado. Desde 1999 que o artista canadiano François Brunelle se dedica a captar imagens de sósias espalhados pelo mundo e os cientistas decidiram pegar no seu catálogo para este estudo.

A pesquisa baseou-se em 64 fotografias de sósias do site do artista (incluindo os sósias portugueses Nuno Godinho e Miguel Silvestre), assim como amostras de ADN da saliva dos participantes, que também responderam a um questionário sobre o seu estilo de vida.

Foram depois usados três algoritmos diferentes de reconhecimento facial que avaliaram o nível de parecença entre os pares de sósias, sendo que metade foram classificados como quase iguais pelos três algoritmos, relata o Science Alert.

Os investigadores fizeram análises genéticas aos participantes e descobriram nove pares de “ultra” sósias que partilham 19 277 variações genéticas em 3730 genes, muitos destes relacionados com os traços físicos do rosto e corpo.

Apesar de não terem qualquer grau de parentesco ou antepassado recente em comum, os sósias tinha uma composição genética bastante semelhante.

Mas a parte mais surpreendente do estudo está nos resultados dos questionários dos participantes, que revelam que estes têm muito mais em comum do apenas os genes que determinam a aparência.

A equipa notou um grande nível de semelhança em alguns hábitos dos sósias, como se são ou não fumadores, o seu peso e até o nível de educação. Apesar de a amostra ser pequena, os autores dizem que estes resultados são “impressionantes”.

Isto não significa que os sósias sejam gémeos perdidos ou algo do género. No entanto, as suas semelhanças genéticas e comportamentais podem no futuro ser usadas para se tentar prever como um indivíduo pode crescer e envelhecer.

Adriana Peixoto, ZAP //

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