O Estado Angolano fez à empresa petrolífera Sonangol um adiantamento de quase mil milhões de euros para que esta assegurasse a continuidade como principal accionista do Millennium BCP e investisse no antigo Banco Espírito Santo Angola (BESA).
A notícia é avançada pelo Público, que teve acesso ao relatório e contas da Sonangol e destaca que a petrolífera “recebeu 1.062 milhões de dólares (965 milhões de euros) do Estado angolano” a título de uma “prestação suplementar” com o “objectivo de capitalizar” a Sociedade e “permitir o reforço da [sua] presença no sector bancário”.
Desta quantia, cerca de 500 milhões de euros são descritos como um “adiantamento por conta de investimentos” na futura instituição bancária que vai substituir o BESA, que colapsou no âmbito da crise do Grupo Espírito Santo.
O Público frisa que no futuro Banco Económico a Sonangol deterá 35% das acções, enquanto o Novo Banco (ex-BES) ficará com 9,9% do capital – no ex-BESA o BES era o accionista maioritário.
Quanto aos restantes 450 milhões cedidos pelo Estado Angolano à Sonangol, o Público reforça que foram essenciais para que a petrolífera conseguisse “manter-se como principal accionista (com 19,4%)” do BCP.
“Sem esse apoio, a petrolífera teria mais dificuldades em aplicar os cerca de 450 milhões de euros que foram necessários para acompanhar o aumento de capital conduzido pelo banco liderado por Nuno Amado”, conclui o jornal.
Este aumento de capital de 2.250 milhões de euros efectuado no BCP foi levado a cabo em 2014 num processo que visou “devolver parte do empréstimo concedido pelo Estado português”, conforme frisa o Público.
O BCP está, neste momento, a estudar uma possível fusão com o BPI, instituição que tem como principal accionista Isabel dos Santos, a empresária que é filha do presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
ZAP