Militares russos feridos voltam à guerra sem terem alta médica

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ZAP // Dall-E-2

Médicos não aprovam regresso dos soldados feridos à linha da frente – mas os soldados vão na mesma.

Chegam novos relatos de alegadas violações internas russas, na guerra da Ucrânia.

O portal de investigação Agentstvo revela que há diversos soldados feridos que, mesmo sem receberem alta médica, estão a voltar à linha da frente para combater no conflito.

Há soldados “devolvidos” para a guerra com membros feridos e com balas nos pulmões.

Médicos de duas clínicas, em Donestk e Moscovo, pediram ao Conselho de Direitos Humanos que tentasse perceber porque esses pacientes são enviados para a guerra, em vez de continuarem em reabilitação ou outros tratamentos adicionais. Os casos estão a ser investigados.

O próprio Kremlin estabeleceu um decreto que anuncia uma perícia médica militar. São os médicos que, na teoria, realizam exames para, depois, decidirem se o paciente pode voltar à guerra.

Mas, na prática, e desde que a guerra na Ucrânia começou, são os comandantes a substituírem os médicos e a decidirem quem regressa ao combate. Mesmo que não haja alta médica.

Exemplo: dois soldados tinham ferimentos graves nos pulmões. Receberam tratamento médico durante dois meses; após esse período, os comandantes anunciaram que não os iriam enviar para a comissão médica – iam directos para a guerra.

Pacientes com estilhaços de explosões nos membros, outros com úlceras e ainda alguns que sofreram ataques cardíacos e derrames (antes do conflito)… Todos estão na guerra.

O mesmo portal avisa que isto acontece desde que a guerra começou. Não é uma prática recente.

A lei indica que ferimentos de guerra e o respectivo tratamento são motivos suficientes para não combater. Mas as regras não estão a ser cumpridas.

Um dos motivos para esta violação, além da necessidade de ter mais soldados, será poupar nos pagamentos aos militares.

E aqui volta a entrar a lei: por lei, os militares feridos na guerra podem exigir vários pagamentos (únicos, mensais e seguros). Dificilmente algum estará a receber, apesar das garantias do presidente Vladimir Putin.

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