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Sócrates sai em defesa de Vieira. Em Portugal, “prende-se primeiro e pergunta-se depois”

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Fernando Veludo / Lusa

Em Portugal, “prende-se primeiro e pergunta-se depois”, considera o antigo primeiro-ministro José Sócrates, num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no qual reage às detenções de Luís Filipe Vieira e Joe Berardo.

“Tudo igual, tudo igual, tudo desesperadamente igual. A detenção usada para investigar e a violação do segredo de justiça usada para difamar.” É desta forma que José Sócrates inicia o seu artigo de opinião, publicado esta segunda-feira no Diário de Notícias.

No artigo, o antigo primeiro-ministro defende que a detenção usada para investigar “deixou de ser um dispositivo extraordinário da ação judicial” e transformou-se “num vulgar instrumento da violência estatal quando identifica o inimigo social”.

“Agora, prende-se primeiro e pergunta-se depois; agora, arrastam-se as pessoas para a cadeia para humilhar, para despersonalizar e para intimidar os outros”, considera José Sócrates, salientando que o segredo de Justiça se transformou numa ferramenta que substituiu a “presunção de inocência pela presunção pública de culpabilidade”.

“Lentamente, a caminho de um estado policial”, sublinha.

Para Sócrates, os “justiceiros” são os “intocáveis” e os “justiçáveis” são “problemáticos”. “A expressão põe de lado o clássico fundamento da dignidade pessoal e dos direitos universais e convida a separar uns e outros”, explica no artigo de opinião.

Joe Berardo e Luís Filipe Vieira são “justiçáveis” que deixaram de ser “indivíduos com direitos”. No caso do presidente do Benfica, refere, não houve sequer “uma palavra de simpatia por quem ainda ontem era o líder da equipa”.

“O cadáver ainda não arrefeceu e ali só se vê cálculo e ambição e poder e oportunismo.”

Por último, o ex-secretário-geral do PS comenta a entrevista do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Henrique Araújo, ao jornal online Observador, na qual referiu que havia um “excesso de garantias de defesa”.

“Ao senhor juiz presidente não impressiona que as autoridades penais prendam durante onze meses sem que apresentem qualquer acusação durante esse período”, afirma, numa  referência à sua detenção em 2014.

“Não impressiona que se adiem indefinidamente uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes os prazos legais de inquérito. Não o impressiona a despudorada e ostensiva violação do segredo de justiça. Nada disto lhe suscita qualquer reflexão”, conclui.

ZAP //

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21 Comments

  1. Coitados dos Sócrates, dos Berardos, dos Vieiras, dos Varas, dos Zenais, dos Salgados e de montes de outros ladrões, aldrabões, vígaros, etc que veêm “injustamente” a público pela descoberta pública de parte do que fizeram, mas sem que daí saia qualquer consequente punição adequada à gravidade dos factos aos quais escapam por falta de memória ou por prescrição judiciária do sistema ineficaz que temos. Coitados, tão injustamente difamados…(caem-me as lágrimas e desce o pano)

    • Os Salgados não podem ir a tribunal, mas podem ir de férias para a Suiça… como? Não há justiça que o faça ficar em casa? Ainda se queixa…

      • É o que se vê e sabe! O ladrão está quase com Alzheimer para ir a julgamento, mas está fresquinho como uma alface para ir de férias para a Suíça e aterrar na Sicília. Deve ser para conversar com os gangsters malfeitores, os mafiosos sicilianos, iguais a ele. Gostava de saber o que dirão os advogados dele e melhor, os juízes, acerca desta pouca vergonha quando ele regressar.

  2. A intervenção do Senhor Sócrates relativamente ao Senhor Vieira, só reforça a minha convicção de culpabilidade deste último. Isto, porque, em relação ao primeiro, dúvidas nunca existiram, conforme, por exemplo, um certo DVD e umas “escutas” que foram mandadas destruir, já sugeriam….

  3. Isto até parece uma avalanche ao contrário.
    Vieira, o mais anjinho de todos, é defendido por Sócrates, que é defendido por Vara, que é defendido por Salgado, que é defendido pelos Irmãos Dalton, que são defendidos pelos Irmãos Metralha, que… (Páro por aqui ou continuo até ao Al Capone?)
    Isto vai de mal a pior. E o pior, é que para se defenderem já só têm os da sua quadrilha.

  4. Realmente tem razão, a justiça em Portugal não funciona… porque se funcionasse há muito tempo que estava já arrecadado….

  5. Olhem só, o vigarista nº 2 de Portugal dar palpites sobre o vigarista nº 4! Um dia destes vem em auxílio do nº 1 – Salgado e do nº 3, o vigarista a quem chamam ”comendador” (deve ter a comenda de ladrão).

  6. Este ainda anda à solta sem nada fazer a viver à grande e com direito a prenunciar-se sobre tudo o que bem entender, o Salgado parece estar na Sardenha em gozo de férias, assim vai a vinda dos grandes ladrões deste país e o povo a pagar os desfalques que eles fizeram.

  7. Os ladrões defendem-se uns aos outros. Mas este anormal porque não se cala de uma vez por todas e se mete num buraco para nunca mais de lá sair? Como é possível que um jornal ainda esteja a dar voz a estes gatunos?
    ó pá ainda não percebestes que ninguém te quer ouvir. Desaparece de uma vez por todas com o dinheiro que roubaste e leva os teus amigos contigo. Já que não vais preso pelo menos se não ouvir falar de ti já fico grato porque fico menos revoltado com este país da treta que deixa os gatunos à solta.

  8. Em PT, em EDP, em CTT, etc. em todas as empresas que davam lucro, mas um que nunca se engana, e que raramente tem dúvidas, disse que é assim, se querem dinheiro tem que vender o que tem, ou dar! ou fazer de conta! não sei!.

  9. Vender a produção de batatas, de leite, de cereais, de beterraba açucareira, etc. os agricultores Portugueses podem produzir tudo, não tem quem lhe compre, e de quem foi a culpa? eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas.

  10. Vocês sabem que Portugal até fabricava carros com marcas Portuguesas? e que esses carros ainda existem porque há Portugueses orgulhosos da sua história! porque se dependesse desses heróis intocavéis, já estava tudo na sucata.

    • Quanto aos carros de fabricação portuguesa, há muita imprecisão. Houve tentativas, a mais bem sucedida no Porto, a FAP, produto de um visionário Fernando Palhinhas. Construiu dois ou três modelos, todos de competição, nunca nenhum modelo de “rua”. Contudo, pese o revolucionário conceito para um Portugal de 1950, só o exterior era de concepção portuguesa, toda a parte mecânica e chassis era importada da Triumph, inglesa e da Fiat italiana. Em motores de baixa cilindrada, 1 100 cc, muito leves, competitivos e muito belos. Julgo terem sido produzidos meia dúzia de exemplares, seguramente são tesouros para quem os possui e julgo que o valor de colecção anda pelos 350 000/400 000 euros. Eram produções artesanais, chamar-lhes automóveis de fabrico português, é bonito, mas excessivo, não é por acaso que FAP significa “Fiat-Adler-Palhinhas”.
      Apesar de conhecer a história, cresci muito perto da lendária oficina Palhinhas, toda a informação está disponível na NET .
      Quanto ao Sócrates, não estou interessado em partilhar a minha opinião com a imbecilidade militante. Fico-me pela concordância genérica com a socrática opinião.

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