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Sobrecarga na rede de oxigénio leva Amadora-Sintra a transferir 53 doentes. Situação já está “estabilizada”

Ministério da Saúde

Hospital Amadora-Sintra

Cinquenta e três pacientes do Hospital Amadora-Sintra tiveram de ser transferidos para outros hospitais de Lisboa, esta terça-feira à noite, devido a uma sobrecarga na rede de fornecimento de oxigénio.

O Hospital Amadora-Sintra garantiu, esta quinta-feira, que a rede de oxigénio medicinal já está a funcionar de forma estabilizada e em segurança, depois dos problemas que na terça-feira obrigaram a transferir 53 doentes para outras unidades.

Em comunicado, o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) diz que se mantém a monitorização permanente do fluxo da rede de oxigénio medicinal e garante que nunca esteve em causa “a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede”, explicando que os constrangimentos se prenderam com “a dificuldade existente em manter a pressão“.

“De igual modo, em momento algum os doentes internados estiveram em perigo devido a esta ocorrência, tendo as flutuações da rede sido colmatadas com recurso a garrafas de oxigénio, envolvendo a mobilização de vários profissionais, cujo esforço se enaltece e agradece publicamente”, acrescenta o hospital.

Estes constrangimentos obrigaram a transferir 53 doentes para outras unidades de saúde da região de Lisboa, “com vista a garantir a diminuição do número de doentes internados a quem é necessário administrar oxigénio em alto débito”, explica.

Na noite de terça-feira, o hospital tinha indicado que os doentes foram transferidos para o hospital de Santa Maria e para os hospitais de retaguarda das Forças Armadas e da Cidade Universitária, mas também para unidades hospitalares de Portimão e de Setúbal. O HFF também informou que iria transferir doentes para uma enfermaria que iria abrir no Hospital da Luz.

Na nota hoje divulgada, o HFF agradece a solidariedade dos hospitais que receberam os doentes que ali se encontravam internados, assim como às corporações de bombeiros, INEM e empresas privadas que permitiram transferir os doentes “num tempo relativamente curto”. “Este verdadeiro funcionamento em rede, envolvendo várias entidades, permitiu dar uma resposta exemplar a uma ocorrência extremamente desafiante”, sublinha.

O HFF lembra que é o hospital da região Lisboa com mais doentes covid-19 internados, com um total de 363 (à data de terça-feira), que houve um aumento de 400% de doentes infetados com o novo coronavírus internados naquela unidade desde o início do ano e que muitos deles “necessitam de oxigénio medicinal em alto débito”.

O hospital lisboeta lembra também que já tem em curso “um conjunto de obras para reforço da rede de fornecimento de oxigénio, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras. O reforço desta infraestrutura vai melhorar a capacidade de resposta a eventuais necessidades de aumento do consumo”.

Além disso, “tiveram também já início os trabalhos de instalação de uma rede redundante na Torre Sintra, que – tal como a rede redundante já instalada na torre Amadora – irá reforçar a rede de gases medicinais já existente”.

O Amadora-Sintra informa ainda que, adicionalmente, “vai também ser instalado um tanque de oxigénio para alimentar em exclusivo a Área Dedicada a Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência e que ficará independente da rede principal” do hospital.

Garcia de Orta tem nova enfermaria com 33 camas

Esta terça-feira, o Hospital Garcia de Orta (HGO) acolheu os primeiros 10 utentes numa nova enfermaria para doentes covid, com um total de 33 camas.

“O processo de abertura de novas camas vai ser faseado e prosseguir até perfazer a totalidade de camas da nova enfermaria”, refere o hospital em comunicado, adiantando que continua a ter necessidade de transferir pacientes, como aconteceu na segunda-feira, em que teve de enviar mais cinco doentes covid para outros hospitais.

“A par da abertura da nova enfermaria destinada a doentes covid, o HGO continua a trabalhar para, no final do mês de janeiro, poder expandir a Área Dedicada ao Atendimento de Doentes Respiratórios (ADR) do Serviço de Urgência Geral e aumentar a lotação de cuidados intensivos”, acrescenta o documento.

O comunicado refere também que o HGO recebeu, na segunda-feira, alguns doentes da Estrutura de Apoio de Retaguarda do Alfeite, em Almada, que, devido ao agravamento da sua condição clínica, tiveram de ser transferidos para aquela unidade hospitalar.

O hospital apela à população dos concelhos de Almada e Seixal para que, em caso de doença, recorra em primeiro lugar ao médico de família ou ao Centro de Saúde.

Na terça-feira, o HGO registava um total de “215 doentes positivos por infeção por SARS-COV-2, dos quais 188 estão internados em enfermaria, 19 doentes em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e oito doentes internados em Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD)”. Estes números contribuem para uma taxa de ocupação perto de 300%, segundo esta unidade hospitalar.

Em Portugal, morreram 11.012 pessoas dos 653.878 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

ZAP // Lusa

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