Sites do Governo da Ucrânia alvo de ciberataque

A Ucrânia já confirmou o novo ataque de negação de serviço distribuído, também conhecido pela sigla DDoS, a sites estatais.

Citado pela Fox News, Mykhailo Fedorov, ministro da Transformação Digital da Ucrânia, referiu que as contínuas perturbações dos websites do Governo são o resultado de um novo ataque em massa de DDoS.

“Por volta das 16 horas, começou outro ataque em massa de DDoS ao nosso Estado”, disse Fedorov, no Telegram.

“Temos dados relevantes de vários bancos e há também problemas de acesso a site do Verkhovna Rada [Parlamento] (já em funcionamento), do Gabinete de Ministros e do Ministério dos Negócios Estrangeiros“, acrescentou.

O governante disse ainda que os sites em funcionamento conseguiram “mudar o tráfego para outro fornecedor de serviço de modo a minimizar os danos”.

Segundo a agência de notícias russa Interfax, os ataques de negação de serviço distribuído aproveitam os limites de capacidade que se aplicam a todos os recursos de rede, como a infraestrutura que viabiliza o site de uma empresa, enviando solicitações para o recurso Web invadido.

O objetivo é exceder a capacidade do site e impedir, assim, o seu normal funcionamento.

Na semana passada, quatro sites do Governo ucraniano foram afetados por um ataque DDoS, incluindo do Ministério da Defesa, o Ministério das Forças Armadas e dois dos maiores bancos do país. Na altura, as autoridades ucranianas sugeriram que o ataque DDoS era de origem russa.

Durante esta semana, à medida que a escalada de tensão entre a Ucrânia e a Rússia se intensifica, as autoridades ucranianas adiantaram que estavam em curso planos de hackers para lançar grandes ataques a várias instituições.

Kiev exige “garantias de segurança”

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu esta quarta-feira “garantias de segurança” para o seu país, por parte do Ocidente e de Moscovo, perante a ameaça de uma invasão russa.

“A Ucrânia precisa de garantias de segurança claras e concretas, imediatamente“, disse Zelensky durante uma conferência de imprensa, em Kiev, com os seus homólogos da Polónia, Andrzej Duda, e da Lituânia, Gitanas Nauseda.

“Creio que a Rússia deve estar entre os países que devem dar essas garantias claras de segurança”, acrescentou, lembrando que se ofereceu repetidas vezes para se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, na tentativa de encontrar uma solução para a crise.

Zelensky aproveitou a conferência de imprensa para agradecer aos seus homólogos polaco e lituano pelo apoio e pelas entregas de armas e equipamento militar a Kiev, dizendo que o que está em jogo, nas fronteiras do seu país, é o futuro da Europa.

“Estamos unidos na crença de que o futuro da segurança europeia está a ser jogado agora, aqui, na Ucrânia”, explicou, referindo-se à escalada de tensão na região de Donbass, depois de, na segunda-feira, Moscovo ter anunciado o reconhecimento das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e de Lugansk.

O Conselho de Segurança da Ucrânia pediu hoje que seja instaurado um estado de emergência no país face aos receios crescentes de uma iminente invasão russa.

Kiev já tinha anunciado a mobilização de reservistas, dos 18 aos 60 anos, e apelado aos seus cidadãos para saírem da Rússia, país que acusa juntamente com o Ocidente de estar a preparar uma ofensiva em grande escala no território ucraniano.

Conselho Europeu convocado de urgência para quinta-feira

O presidente do Conselho Europeu convocou uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) para quinta-feira, em Bruxelas, para discutir a escalada da tensão entre Ucrânia e Rússia.

“O uso da força e da coerção para mudar fronteiras não tem lugar no século XXI. Convoco um Conselho Europeu especial para amanhã [quinta-feira] em Bruxelas para discutir os últimos desenvolvimentos relacionados com a Ucrânia e a Rússia”, anunciou o presidente do Conselho, Charles Michel, no Twitter.

A cimeira será realizada em formato presencial e está agendada para as 20:00 de Bruxelas (19:00 de Lisboa).

ZAP // Lusa

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