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Site cobra promessas feitas por políticos em campanha

The PIX-JOCKEY / Flickr

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Um site pioneiro no Paquistão, lançado por uma organização ligada a uma agência internacional de notícias, está a monitorizar as promessas feitas por políticos no país e a cobrar o seu cumprimento.

O Truth Tracker foi lançado pela UPI Next, entidade sem fins lucrativos ligada à United Press International. Uma equipa de 25 repórteres espalhados por diversas partes do Paquistão vasculha panfletos, manifestos, programas de campanha, discursos, sites de políticos e entrevistas à imprensa, à caça de promessas.

O editor do Truth Tracker, Mubasher Bukhari, diz à BBC que o objectivo do projecto é melhorar a responsabilização – ou “accountability”, um termo em inglês usado em política para descrever a obrigação que políticos têm de responder pelos seus actos e atender às necessidades da população.

“Nós registamos as promessas, e continuamos a lembrar aos políticos os seus compromissos com o povo. Mas também justificamos a razão de algumas promessas não terem sido cumpridas”, conta Bukhari.

Categorias

O site classifica as promessas em cinco categorias diferentes: quebradas, cumpridas, em andamento, ameaçadas e não iniciadas.

Nas eleições do ano passado, o então candidato Nawaz Sharif prometeu casas a todas as famílias de baixa renda. Uma vez eleito, segundo o Truth Tracker, nada foi feito até agora. Esta é  uma das promessas que estão na categoria “não iniciada“.

Outro exemplo aconteceu na província do Punjab, onde a maior autoridade local, Shahbaz Sharif, prometeu explorar opções de energia alternativa num esforço para pôr fim à crise energética que afecta o Paquistão.

O governo do Punjab começou a construir uma fábrica de energia solar no deserto de Cholistan. Para a Truth Tracker, a promessa está “em andamento“.

O sociólogo Rasul Bakhsh Rais acredita que iniciativas como esta são essenciais para a democracia.

“No Paquistão, os políticos têm atitudes diferentes quando estão no poder. Os cidadãos não devem esperar cinco anos para poder questioná-los – isso tem que ser feito de forma contínua”, diz Rais.

“E agora isso pode acontecer, com a ajuda de novas tecnologias de informação, e através de ferramentas como sites deste tipo.”

ZAP / BBC

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