Sistema eleitoral de Hong Kong vai seguir a vontade de Pequim

Os protestos de Hong Kong ficaram conhecidos como a "Revolução dos Guarda-Chuvas"

Os protestos de Hong Kong ficaram conhecidos como a “Revolução dos Guarda-Chuvas”

O chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, garantiu esta quarta-feira que não haverá qualquer desvio no caminho que Pequim traçou para as eleições do território.

No seu primeiro discurso no Conselho Legislativo desde que começaram os protestos pró-democracia, Leung não fez qualquer concessão aos manifestantes e questionou o seu “entendimento” sobre a política da cidade semi-autónoma chinesa.

“O poder de Hong Kong é proveniente das autoridades centrais [em Pequim]”, lembrou, sublinhando que “a autonomia de Hong Kong é elevada, mas não é absoluta”.

Pequim decidiu que os candidatos à primeira votação popular para chefe do Executivo da cidade, em 2017, têm de ser selecionados por uma comissão, vista como próxima do poder, uma situação que muitos consideram de “falsa democracia”.

Os pró-democratas dizem ser preferível não votar do que ter restrição de candidatos, e têm instado Leung – que foi também nomeado por um comité pró-Pequim – a demitir-se.

Mas o líder do Governo afirmou que qualquer forma de voto deve ser feita de acordo com os critérios de Pequim.

“A seleção do chefe do Executivo inclui tanto elementos de eleição como de nomeação”, disse.

O governante afirmou ainda que os estudantes – que lideraram os protestos de larga escala que ocuparam as ruas da cidade por mais de dois meses – “devem procurar um entendimento pleno” da relação entre Hong Kong e Pequim, de modo a evitarem discussões “inúteis”.

Cerca de 20 deputados pró-democratas abandonaram o Conselho Legislativo e dois foram expulsos por seguranças antes do discurso de Leung.

Empunhando cartazes e chapéus-de-chuva amarelos – o símbolo do movimento pró-democracia de Hong Kong – gritaram “Abaixo CY Leung! Verdadeiro sufrágio universal!”

Seguranças rodearam dois membros do partido do Poder Popular que se recusaram a sair e continuaram a gritar “Vergonhoso”. Os homens acabaram por ser levados para foram do edifício.

/Lusa

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