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Sem Bíblia, nem crucifixo, Sánchez tomou posse como primeiro-ministro

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socialistasvascos / Flickr

Pedro Sánchez, líder do PSOE e novo primeiro-ministro de Espanha

Pedro Sánchez tornou-se, neste sábado, primeiro-ministro de Espanha, numa cerimónia presidida pelo Rei Felipe VI onde prescindiu da Bíblia e do crucifixo, num gesto inédito em 40 anos de Estado laico.

O socialista Pedro Sánchez prestou juramento como primeiro-ministro do Governo espanhol perante o rei, Felipe VI, tornando-se no sétimo chefe do executivo da democracia espanhola, depois do sucesso de uma moção de censura que afastou o líder do Partido Popular (PP, direita), Mariano Rajoy.

Pedro Sánchez, um economista de 46 anos, é o primeiro chefe de Governo que chega ao poder em Espanha depois ter ganho uma moção de censura.

Foi também o primeiro Chefe de Governo em Espanha a tomar posse sem a presença de qualquer símbolo religioso, desde que há 40 anos, o país aprovou uma Constituição que afirma o estatuto de Estado laico.

Nestas quatro décadas, a Bíblia e o crucifixo sempre estiveram presentes nas tomadas de posse dos chefes de governo espanhóis, e houve até quem se tivesse ajoelhado para prestar o seu juramento. Mas o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) abdicou da presença de símbolos religiosos na sua tomada de posse.

Sánchez tem agora de apresentar a composição do seu executivo, o que deverá acontecer nos próximos dias.

Executivo da Catalunha também tomou posse

Entretanto, na Catalunha, o novo Governo independentista também tomou posse este sábado, pondo fim a um período de sete meses em que as forças separatistas tentaram, sem sucesso, empossar membros detidos ou fugidos no estrangeiro.

A posse tem lugar depois de, na passada semana, o novo presidente do executivo catalão, Quim Torra, ter aceitado substituir quatro candidatos a ministro regional que estão na prisão ou fugidos no estrangeiro, acusados de delitos de rebelião no quadro do processo de independência.

Esta segunda lista com a composição do Governo regional (Generalitat) foi aprovada pelo executivo central liderado por Mariano Rajoy, antes da sua substituição por Pedro Sánchez.

A cerimónia de hoje também marca o fim da intervenção directa de Madrid na Catalunha, iniciada em 27 de Outubro do ano passado, na sequência da declaração de independência aprovada pelo parlamento regional.

O próprio Quim Torra, um independentista obstinado, só foi eleito há duas semanas, depois de os partidos separatistas, que voltaram a ter a maioria absoluta no parlamento regional, terem desistido de propor candidatos presos ou foragidos.

A 14 de Maio passado, Quim Torra reforçou que Carles Puigdemont, o líder separatista que está em Berlim e aguarda uma decisão judicial que poderá extraditá-lo para Espanha, é o presidente “legítimo” do governo regional da Catalunha, prometendo ser “leal ao mandato” para “construir um Estado independente em forma de República”.

Nesta sexta-feira, Quim Torra apelou ao novo primeiro-ministro de Espanha para que dê passos e assuma “riscos”, solicitando o início de uma negociação “de Governo a Governo” para enfrentar a situação “gravíssima” na Catalunha e que não pode durar “nem mais um dia”, referiu.

ZAP // Lusa

14 Comments

  1. Estes Socialistas lá como cá arranjam maneira de subir ao poder sem terem o voto maioritário do povo. Isto é que é o socialismo da treta. Não passam de oportunistas que só sabem governar em tempo de vacas gordas. Quando as coisas começam a dar para o torto metem o rabo entre as pernas e põe-se na alheta.
    São uma “M..”

    • Oinc, oinc… Leitão. O mal de comentários como o seu, é virem de mentes simples que pensam que democracia se resume a ir às urnas de 4 em 4 anos e depois contar votos. Naturalmente que “moção de censura” é um termo que lhe é totalmente estranho, pois parece não conhecer esse mecanismo democrático. Como também parece não perceber que se votam a favor 180 pessoas entre 350, isso é uma vitória democrática por maioria

      Quando as coisas começarem a dar para o torto???.. Duas penas de prisão por corrupção, de membros do anterior governo, não lhe chegam? A partir de agora só se andarem para o direito.

      • Pode continuar a grunhir mas veja lá a sua lógica, não é democrático o ir-se votar de 4 em 4 anos, mas é democrático ter um governo cujo projecto perdeu, mesmo assim, essa parca manifestação de democracia! Ainda por cima, acha que “meia dúzia de “pseudo eleitos em listas partidárias, mas que jamais ganhariam uma eleição caso concorresse a um circulo próprio, representam nações de milhões ! Tenha juízo e deixe de ser um tapado que vive no país da Europa onde há maior discrepância entre ricos e pobres, que vive em austeridade disfarçada e promovem-se a ignorância e debates futebolísticos por que temos, infelizmente, um dos povos mais individualistas e egoístas do mundo, que pactua com corruptos e bandidos para manter o ego e o tacho garantidos, seja a que custo for e passando por cima de quer for! Vá continue a acreditar nessa trampa e ache-se muito esperto grunhindo à lua!

      • Óptima resposta. Quer dizer, uma centena, sobrepõe-se a milhões de cidadãos. Que raio democracia ? Isto só para os sedentos de poder, comunismo à vista. Agarram-se ao poder sem conseguirem ganhar eleições. Em Portugal foi igual, perde as eleições, mas o costa, sedento poder, arranja forma de ser primeiro ministro sem ganhar. Não têm é vergonha, assim vai o socialismo/comunismo

      • Pela sua resposta parece que não sabe o que é uma democracia representativa.

        Com tanta ignorância não admira as suas opiniões políticas. Fala em democracia, mas se pudesse o Sr. e os da sua laia queriam era voltar ao tempo da outra senhora.

  2. Aparentemente “tudo bem”, se a “neutralidade” em relação a religiões tiver de facto essa intenção pura de isenção e abertura, mesmo que de afastamento em relação ao compromisso católico.
    Menos bom é o facto de Espanha ser um País tradicionalmente católico e daí poderem vir a resultar algumas tensões.
    Pior é a possibilidade de pressões, acções e condescendências que facilitem uma nova ocupação de parte da Península Ibérica pelos MOUROS, ” Al – Andaluz” .
    Não deve estar longe uma próxima visita do Papa a Espanha, antecedida de um “beija-mão” no Vaticano.

  3. E muito bem!
    Bíblias e crucifixos são para o “circo” das religiões e não tem lugar no Estado (que tem mais com que se preocupar)!…

  4. Mais nada, a religião deve ser reduzida à sua insignificância… Serve apenas como catalisador(em alguns casos) para uma educação dentro de bons valores, distinção entre o bem e o mal. Mas de resto, só acredita em deuses quem não consegue suplantar algumas falhas interiores!
    A religião sempre foi e sempre será o ópio do povo, o motivo de muitas guerras e de muitos desentendimentos!
    Há muita gente a ganhar à conta da religião e muita gente a contribuir para esse ganha pão!
    A mim não me apanham nesse esquema…

  5. O jornalismo já não é o que era, todos sabemos. Mas convém sempre corrigir as imprecisões:
    “…Nestas quatro décadas, a Bíblia e o crucifixo sempre estiveram presentes nas tomadas de posse dos Chefes de Estado espanhóis…” – Não são chefes de estado (de qualquer forma, em minúsculas pois não se estão a referir a nenhum em concreto), mas sim chefes de governo. O chefe de estado em Espanha é o rei.

    “Entretanto, na Catalunha, o novo Governo independentista também tomou posse neste sábado, pondo fim a um período de sete meses em que as forças separatistas tentaram, sem sucesso, eleger membros detidos ou fugidos no estrangeiro.” – as “forças separatistas” não tentaram eleger membros detidos, pois estes já tinham sido eleitos. Tentaram empossa-los.

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