No passado domingo, dia 28 de fevereiro, um homem de 21 anos morreu enquanto tentava tirar uma selfie com um elefante. O animal andou a pairar por zona residencial e anteriormente já tinha matado uma idosa.
Manohar Patel estava com um grupo de amigos quando o elefante invadiu uma zona residencial na aldeia de Gudhyari. Segundo as autoridades locais, o animal deverá ter escapado da floresta de Sarangarh.
Curiosa, a população observava o elefante, enquanto as autoridades tentavam afugentar o animal. Contudo, o desejo de ver o gigante de perto, e de tirar uma fotografia para mais tarde recordar, custou a vida ao jovem de 21 anos.
Enquanto Patel tentava tirar uma selfie com o elefante, este “avançou de repente em direção ao grupo de amigos. Três deles conseguiram escapar do local, mas o animal acabou por conseguir agarrar Patel e pisá-lo até a morte”, contou Pranay Mishra, responsável pela Divisão Florestal, à PTI.
Segundo o Vice, após o incidente, funcionários florestais e polícias levaram o corpo para autópsia. A família da vítima recebeu uma ajuda imediata 340 dólares.
De acordo com autoridades florestais, o mesmo elefante esteve também envolvido na morte de uma idosa numa aldeia próxima há alguns dias.
O facto dos elefantes escaparem das florestas indianas frequentemente deve-se em grande parte ao desmatamento e ao corte ilegal de árvores. Estes são os principais responsáveis pela distorção nos padrões de movimento dos animais que estão a usar esses fragmentos florestais menores para se deslocarem para áreas habitacionais.
O conflito homem-elefante na região foi também exacerbado devido à falta de comida nas florestas o que leva os animais às cidades e vilas vizinhas. Aqui, as pessoas ficam entusiasmadas com o desconhecido e geralmente querem tirar fotografias, mas detalhes como o flash da câmara podem irritar os animais e levá-los a ter atitudes muito agressivas.
No entanto, este tipo de incidentes não são uma novidade, sobretudo na Índia. De 2011 a 2017, o país foi responsável por quase metade das 259 fatalidades deste tipo, indica um estudo da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.
A obsessão em tirar selfies impressionantes acaba por ser maior do que o medo do perigo, mesmo que isso signifique correr risco de vida.
Com o surgimento das redes sociais, as pessoas têm tido certos comportamentos que não teriam se não fosse pela perspetiva de validação online. Erin Vogel, pós-doutoranda no departamento de psicologia da Universidade da Califórnia, disse à National Geographic que o facto das selfies com animais selvagens se estarem a tornar normais, pode fazer com que as pessoas deixem de os associar ao perigo.
Em 2017, também um homem de 27 anos perdeu a vida ao tentar tirar uma selfie com um elefante depois de entrar ilegalmente no Parque Biológico Bannerghatta, na cidade de Bengaluru, no sul do país.
Mas então um animal foge da floresta e o confinado sou eu? Isto é o fim da macacada…
Pois, o indiano não conhece o RGPD. Esqueceu-se a pedir permissão ao elefante para tirar a selfie.