Kiev tem o objetivo de tentar pela terceira vez a destruição da ponte Kerch, que liga a península da Crimeia à Rússia. Plano já teve a aprovação de Zelenskyy.
A Ucrânia está a planear explodir a ponte Kerch, que liga a península da Crimeia à Rússia, ainda no primeiro semestre de 2024, segundo fontes da “secreta” ucraniana citadas hoje pelo jornal britânico The Guardian.
Altos funcionários do serviço de informações militares da Ucrânia (GUR) disseram ao jornal que, a somar aos ataques conduzidos com ‘drones’ contra alvos russos na península anexada por Moscovo em 2014, Kiev tem o objetivo de tentar pela terceira vez a destruição da ponte Kerch.
O GUR pretende destruir a ponte de 19 quilómetros “na primeira metade de 2024”, disse um funcionário do GUR ao jornal, acrescentando que Kyrylo Budanov, o chefe dos serviços secretos, já tinha “a maior parte dos meios para realizar este objetivo”.
A Ucrânia confirmou, em meados de julho de 2023, o uso de drones marítimos com que atacaram a ponte da Crimeia e obrigaram ao seu encerramento, depois de várias explosões que provocaram a morte de um casal e o ferimento da filha menor.
Ainda em outubro de 2022, uma explosão, segundo a Rússia, provocada por uma bomba escondida num camião, fez com que vários vãos da estrada caíssem à água.
Para o Presidente russo, Vladimir Putin, a ponte é um forte símbolo daquilo que considera uma das suas maiores conquistas políticas: o “regresso” da península à Rússia em 2014, embora não reconhecido internacionalmente.
Os ucranianos consideram igualmente a ponte como um símbolo, mas neste caso da anexação ilegal pelo Kremlin, e a sua destruição reforçaria a campanha ucraniana de libertação da Crimeia e aumentaria o moral dentro e fora do campo de batalha.
O The Guardian referiu que o plano já teve a aprovação do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, com vista a minimizar a presença naval da Rússia no Mar Negro, onde a Ucrânia reivindica a destruição de um terço dos navios desta frota.
Dentro deste contexto, Zelenskyy pediu à Alemanha o seu míssil Taurus KEPD-350 de longo alcance, um dos mais modernos sistemas de armas dos militares alemães, mas o chanceler alemão, Olaf Scholz, tem recusado, alegando que pretende evitar uma escalada da guerra, envolvendo um confronto direto das forças da NATO com a Rússia.
“A Ucrânia precisa do Taurus por razões estratégicas, para ganhar vantagem face à Rússia”, disse, deixando uma “dica” aos alemães: “Sim, a Alemanha tem equipamento incrível que poderia fornecer à Ucrânia”, instou em fevereiro o chefe da diplomacia da Lituânia.
ZAP // Lusa
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