Se quiserem a Suécia na NATO, deixem a Turquia entrar na UE

Filip Singer / EPA

Recep Tayyip Erdogan na Cimeira da NATO em Vilnius, Lituânia

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, comprometeu-se a apoiar a candidatura da Suécia à NATO, se a União Europeia retomar as conversações de adesão da Turquia ao bloco.

A Turquia apoiará a candidatura da Suécia à NATO se a União Europeia retomar as conversações com Ancara para adesão do país.

Primeiro, abram o caminho para a adesão da Turquia à União Europeia e, depois, abriremos o caminho para a Suécia, tal como abrimos para a Finlândia”, disse Erdogan esta sexta-feira.

A afirmação, que antecedeu a participação de Erdogan na cimeira da NATO na Lituânia, revela uma tentativa de ligar dois processos separados: o alargamento da NATO e da UE.

Anteriormente, recorda o The Washington Post, Erdogan tinha manifestado firme oposição à entrada da Suécia na NATO, por uma longa lista de razões — incluindo a recusa dos nórdicos em deportar para a Turquia cidadãos turcos procurados no país, e a permissão de protestos contra Erdogan em Estocolmo.

A Turquia é, desde há muito, candidata à adesão à UE, mas enfrenta obstáculos como a alegada regressão democrática no país e a ocupação do norte de Chipre, um estado-membro da UE.

Em resposta a Erdogan, Dana Spinant, porta-voz adjunta da Comissão Europeia, esclareceu que a adesão à NATO e à UE são processos separados, que não devem ser ligados.

Esta opinião foi secundada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, que diz que “não há razão para ver estes dois processos como ligados”.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, apoia a posição de Erdogan, tornando a Hungria e a Turquia os únicos membros da NATO que mantêm oposição a que a Suécia se torne o 32º membro da organização. Contudo, a Hungria deu sinais de que pode apoiar a entrada da Suécia na NATO, se a Turquia der luz verde.

Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro do ano passado, a Finlândia e a Suécia abandonaram anos de não-alinhamento militar para procurar segurança na NATO — tendo então enfrentado forte resistência da Turquia. A adesão à NATO requer aprovação unânime dos países membros.

ZAP //

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