/

“Não nos tirem o pão”. Sapadores em protesto tentam invadir o ministério

Miguel A. Lopes / Lusa

A tentativa de invasão ao ministério foi travada pelas autoridades, sem que houvesse violência

Cerca de 150 sapadores bombeiros de Lisboa manifestaram-se na tarde desta segunda-feira junto ao Ministério do Trabalho e Segurança Social, na capital, contra as propostas de alteração à carreira do bombeiro profissional.

Pelas 15:45, um grupo de sapadores tentou invadir o ministério para entregar uma carta reivindicativa, mas foi travado pelas autoridades, sem que houvesse violência, registando-se somente um momento de tensão.

Depois, os bombeiros sentaram-se, ordeiramente, no chão em frente ao ministério, mas, entretanto, interromperam o trânsito junto à Praça de Londres. Enquanto ocupam a estrada, os manifestantes gritam “não nos tirem o pão”. O trânsito acabou por ser desviado para a Avenida João XXI, constatou a agência Lusa no local.

Por volta das 17h00, o grupo desmobilizou do local anunciado uma manifestação nacional para a próxima quinta-feira. Por essa hora, uma delegação dos bombeiros saía de uma reunião com dois chefes de gabinete no Ministério do Trabalho e Segurança Social, mas António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, e igualmente dirigente dos bombeiros, afirmou que “não houve um compromisso”.

“Se o Governo não arrepiar caminho, vamos manter os protestos já marcados”, disse. O representante afirmou ainda que “aparentemente há interpretações diferentes entre os ministérios sobre o novo estatuto dos bombeiros profissionais”, acrescentando que os bombeiros pediram para participar numa reunião conjunta com os ministérios.

Foi anunciada uma manifestação nacional de bombeiros municipais, na quinta-feira, em frente ao edifício onde se realiza o Conselho de Ministros.

Relativamente ao pré-aviso de greve de 15 dias apresentado pelos sapadores de Lisboa, o início da paralisação estava marcado para as 00:00 do dia 22 de janeiro, mas foi atualizado posteriormente para as 20:00 do dia 21, considerando as trocas de turnos dos elementos. A data do fim da greve mantém-se a 5 de fevereiro.

Os bombeiros contestam propostas como o aumento para os 60 anos do limite de idade para a reforma e a redução do salário-base destes profissionais. Os sapadores apresentaram ainda um pré-aviso de greve de 15 dias, a começar às 00:00 de dia 22 de janeiro e a terminar a 5 de fevereiro.

Miguel A. Lopes / Lusa

Entre buzinas, apitos e sirenes, exibem faixas que dizem “Bombeiros com 60 anos! Quem salva quem?” ou “Sapadores bombeiros dizem não à destruição da carreira e da aposentação”. Os bombeiros aprovaram também uma carta que vão entregar ao Governo na qual exigem “um limite de idade adequada para a reforma sem cortes” e “um salário consoante o risco da profissão”.

Apesar de ser uma manifestação dos sapadores de Lisboa, os profissionais tiveram o apoio de um grupo de bombeiros de Setúbal e um outro de Tavira (distrito de Faro).

Segundo António Pascoal, o novo estatuto, nomeadamente o aumento da idade da reforma, pode prejudicar o socorro que é prestado às populações e também pode afastar candidatos à profissão devido aos salários baixos.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.