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São José já tinha recebido ordens para transferir casos de aneurisma

(dr)

David Duarte, de 29 anos, morreu no hospital porque não havia médicos para o operar ao fim-de-semana.

David Duarte, de 29 anos, morreu no hospital porque não havia médicos para o operar ao fim-de-semana.

O Hospital de São José, em Lisboa, recebeu, em Julho de 2015, recomendações da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) para transferir para outras unidades os pacientes com ruptura de aneurisma cerebral.

A notícia é adiantada pelo jornal Público, com base numa nota publicada na Internet pela própria ERS, e que surge no rescaldo da morte de David Duarte, o jovem de 29 anos que faleceu no São José, depois de ter passado o fim-de-semana à espera de uma cirurgia que não aconteceu por falta de neuro-cirurgiões especializados.

A circunstância da falta de equipas especializadas na unidade hospitalar, durante os fins-de-semana, já tinha sido noticiada antes desta morte.

Terá sido precisamente um artigo do Diário de Notícias publicado a 26 de Janeiro de 2015, intitulado “S. José sem tratamento para aneurismas ao fim-de-semana“, a despoletar a intervenção da ERS com a abertura de um inquérito.

Inquérito este que foi arquivado com a ERS a deixar a recomendação, na nota datada de 1 de Julho de 2015, para que os pacientes com ruptura de aneurisma cerebral fossem transferidos “para unidade hospitalar que garanta a prestação dos cuidados de saúde necessários”.

Na mesma nota, a ERS destaca que o Hospital de São José confirmou a “suspensão de prevenção aos fins-de-semana da Neurocirurgia-Vascular desde Abril de 2014 e da Neurorradiologia de Intervenção desde 2013”.

Quanto ao arquivamento do inquérito, a ERS destaca que não se provou a violação dos “direitos e interesses legítimos dos utentes, designadamente o direito de acesso os cidadãos aos cuidados de saúde no âmbito do SNS”.

No documento ainda se atesta que o hospital garantiu que as situações de “risco imediato de vida” seriam intervencionadas pelos neuro-cirurgiões de urgência e que a Via Verde do AVC estava a funcionar “em pleno e ininterruptamente”.

ZAP

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