Para fazer face à situação, os clientes viram-se obrigados a mudar de banco para receber em euros o investimento feito em criptomoedas.
Segundo o Diário de Notícias, muitos investidores em moedas virtuais têm visto, nas últimas semanas, o Santander como um banco anti-cripto.
Os clientes que tinham investimento em moedas como a bitcoin ficaram impedidos de receber transferências em euros de valores vindos de bolsas de moedas virtuais da área única de pagamentos em euros (SEPA). A medida está em vigor desde o fim de 2017.
O Santander não comentou a situação relatada por vários clientes, mas vários investidores viram-se obrigados a procurar alternativas para poder retirar os seus investimentos de plataformas como a Coinbase e Bitstamp, convertendo-os para euros, e muitos deles optaram por mudar de banco.
A própria plataforma Bitstamp informa os clientes do Santander, através de carta, que “o banco não processa transferências com origem em negócios relacionados com bitcoin. Isto significa que qualquer transferência para o seu banco seria rejeitada e devolvida para a Bitstamp”.
O DN informa ainda que os bancos CTT, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos deixam que os seus clientes façam transferências normalmente e também o Millennium e o BPI não terão qualquer queixa sobre o assunto.
No caso do Novo Banco, fonte oficial indicou que os seus clientes “podem efetuar transferências das suas contas para as carteiras virtuais das exchanges de criptomoedas genericamente através de duas maneiras: transferência bancária para o IBAN do exchange; compra via cartão de crédito/débito junto do exchange”.
No sentido inverso, também não há obstáculos. O tema do investimento em moedas virtuais tem suscitado muito interesse na opinião pública, quer pelo volume de notícias que têm sido publicadas na imprensa, quer pelo hype de iniciativas com as ICO (Initial Coin Offering), quer pelo destaque que tem tido em eventos como a recente Web Summit. Investidores receiam que mais bancos sigam o Santander Totta.
O Banco de Portugal escusou-se a responder às questões, nomeadamente se tem recebido queixas de clientes do Santander Totta ou se este tipo de ação é legal.