António Costa afirmou, esta terça-feira, que a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio é um sinal de “reforço do sistema financeiro do Terceiro Setor” e defendeu que o investimento deve ser feito, caso a auditoria revele benefícios.
O primeiro-ministro António Costa considera que, independentemente de quem for o autor da ideia da entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio, o “investimento deve ser feito” se a auditoria mostrar benefícios.
De acordo com a TSF, a nova provedoria “aguarda que o estudo seja concluído para saber se é um bom investimento”. Segundo Costa, Santana Lopes, ex-Provedor e atual candidato à liderança do PSD, ordenou que fosse feita uma auditoria.
No debate quinzenal, Assunção Cristas trouxe ao debate a possibilidade desta entidade capitalizar o banco e Costa defendeu que “a ideia é boa porque uma entidade que tem tanta liquidez como a Santa Casa e que faz aplicações deve diversificar os seus ativos“.
Depois da críticas do CDS-PP, Costa afirmou que não se trata de “tirar aos pobres para dar aos ricos, porque o Montepio não é um banco qualquer”. Além disso, se for rentável, pode vir a reforçar os recursos da Santa Casa. “Tenho pena que a ideia não tenha sido minha”, adiantou até o primeiro-ministro.
Ainda assim, o primeiro-ministro acabou por acrescentar que resta saber se esta ideia é “verosímil“, remetendo para o resultado do estudo, afirmando que aguarda pelo resultado “para tomar decisões”.
A Comissão de Trabalho e Segurança Social recebe em audição, esta quarta-feira, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, para prestar esclarecimentos sobre os contornos que envolvem a hipótese de a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entrar no capital do Montepio Geral.
No sábado, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou ter sido ideia de Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no setor financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo.
“A Santa Casa não tomou decisão nenhuma, estava à espera de auditorias, houve hipóteses que foram colocadas em cima da mesa, a decisão foi não. Se não se concretizou foi porque a decisão foi não”, afirmou Santana aos jornalistas, em Chaves.