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Sanções à Rússia só congelaram 242 euros em Portugal. Oligarcas podem ter “nacionalidades mais convenientes”

Manuel de Almeida / Lusa

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva

As sanções impostas pela União Europeia à Rússia afectaram 877 pessoas e 62 entidades russas. Mas em Portugal só permitiram congelar uma conta bancária com 242 euros. Um dado que pode estar relacionado com as nacionalidades de “conveniência” com que alguns oligarcas russos entram no nosso país.

Esta conta bancária com apenas 242 euros foi a única comunicada ao Banco de Portugal por uma instituição financeira no âmbito das sanções impostas à Rússia depois da invasão da Ucrânia.

Outras “15 instituições financeiras terão comunicado a não existência de sancionados russos entre os seus clientes”, refere o Dinheiro Vivo.

Um dado peculiar e que pode ter a ver com a pouca expressão dos investimentos russos em Portugal.

Mas não é certo quantos oligarcas russos obtiveram Vistos Gold até porque alguns podem ter entrado em Portugal com passaportes de nacionalidades “mais convenientes”.

O Expresso noticiou, no início deste mês, que alguns milionários russos chegaram ao nosso país através de um “esquema” que passa por comprar a nacionalidade em certos países, dando o exemplo de pequenas nações como São Cristovão e Neves, ou Saint Kitts, nas Caraíbas.

Neste país, obter a nacionalidade para toda a família custa apenas 150 mil dólares de investimento, o que dá acesso a um passaporte que permite a entrada em 157 países sem ser preciso um visto, incluindo os do espaço Schengen e o Reino Unido.

Só em Portugal foram aprovados 35 Vistos Gold a cidadãos com nacionalidade de Saint Kitts desde 2012, conforme dados divulgados pelo Expresso.

Devido a este tipo de situações, dezenas de russos “não aparecem nos números oficiais porque fizeram o processo com o passaporte que lhes é mais conveniente, mais discreto, que levanta menos alertas”, aponta uma fonte citada pelo semanário.

Após a imposição de sanções à Rússia, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tem sido mais rigoroso na análise da atribuição dos Vistos Gold a cidadãos russos.

ZAP // Lusa

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