Ignorando as sanções dos EUA, Huawei lança novos modelos em Londres

Jiji Press Japan Out / Epa

A Huawei cumpriu o calendário e revelou novos modelos de telemóveis da marca Honor em Londres. Apesar da guerra aberta com os EUA, o evento não se desviou do guião e nenhuma declarações foi feita acerca das empresas americanas.

A apresentação em Londres seguiu-se à declaração por parte do Google de que deixará de ter relações comerciais com a Huawei, cumprindo assim uma ordem da administração de Donald Trump, que decidiu impedir as empresas americanas de fornecerem software, serviços ou produtos à Huawei.

As restrições assumidas pelo Google significam que os futuros telemóveis da multinacional chinesa ficarão sem serviços cruciais da empresa americana – como a loja de aplicações Google Play – e sem acesso à versão do sistema Android que o Google distribui.

Ficar sem o Google Play impedirá os utilizadores de descarregarem aplicações como o WhatsApp e o Facebook, o que é um problema para a Huawei, especialmente na Europa.

Porém, os telemóveis já vendidos, bem como aqueles que ainda estão em stock, continuarão a ter pré-instalado o ecossistema Google – e é este também o caso dos três novos Honor agora apresentados: os Honor 20 Pro, o 20 e o 20 Lite (a Honor é uma sub-marca da Huawei, usada para telemóveis de preço mais reduzido).

Também na terça-feira, e após um dia de frenesim mediático sobre o impacto das sanções americanas, os EUA anunciaram uma suspensão durante 90 dias das sanções. A medida estende-se a todas as empresas, mas o objetivo é que os operadores de telecomunicações que usam equipamentos da Huawei tenham tempo de se ajustar.

“A licença geral temporária dá aos operadores tempo para tomarem outras medidas e dá ao Departamento margem para determinar as medidas de longo prazo apropriadas para os operadores de telecomunicações americanos e estrangeiros que atualmente usam equipamento da Huawei para serviços críticos”, afirmou, num comunicado, o secretário de Estado do Comércio dos EUA, Wilbur Ross.

A notícia foi bem recebida nas bolsas, com investidores e analistas a verem na suspensão alguma abertura por parte da administração Trump para encontrar uma situação que pelo menos não agrave as relações comerciais entre os EUA e a China. O índice tecnológico Nasdaq subia ao final desta tarde um pouco mais de 1%.

Por seu lado, o fundador da Huawei, Ren Zhengfe, afirmou à televisão estatal chinesa que o adiamento das sanções não tem grande impacto e que a multinacional se estava a preparar para um cenário de sanções americanas. “As atuais ações do governo dos EUA subestimam as nossas capacidades”, disse Zhengfe.

ZAP //

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