Dia decisivo em Espanha. Sánchez ganha Mesa do Congresso, com empurrão de Puigdemont

ZAP // PSOE; Generalitat de Catalunya

Esta quinta-feira, votou-se a presidência da Mesa do Congresso em Espanha. Um princípio de acordo entre o Junts per Catalunya e o PSOE foi decisivo para a eleição da candidata socialista Francina Armengol.

A 23 de julho, os conservadores do Partido Popular (PP), de Alberto Núñez Feijóo, venceram as eleições legislativas em Espanha, mas, ao contrário das expetativas, não conseguiram uma maioria absoluta com o VOX.

Por outro lado, o PSOE, de Pedro Sánchez, também não conseguiu persuadir os deputados nacionalistas e separatistas a apoiar um governo de coligação, entre os socialistas e a aliança de esquerda Sumar.

Quase um mês depois, o futuro político espanhol ficou, a partir de hoje, um bocadinho menos incerto.

Estão ainda por eleger os 350 deputados para o Parlamento espanhol. Neste momento, a esquerda e a direita estão empatados, com 171 votos cada um.

A faca e o queijo estão na mão do Junts per Catalunya, de Carles Puigdemont, e da Coligação Canária, de Cristina Valido – que, apesar da proximidade com o PP, admite negociar com Sánchez.

Esta quinta-feira, o grupo parlamentar de Puigdemont decidiu apoiar a esquerda, na eleição presidência da Mesa do Congresso no Parlamento de Espanha – o que pode ser um prenúncio para uma solução do novo Executivo espanhol.

Francina Armengol, ex-presidente das ilhas Baleares e próxima de Pedro Sánchez, foi, assim, eleita presidente da Mesa do Congresso, com maioria absoluta.

De acordo com o El País, um princípio de acordo, em relação ao uso do catalão nas Cortes e a investigação sobre espionagem de independentistas foi fundamental para desbloquear o impasse.

Feijóo tinha proposto para o lugar a atual porta-voz do seu partido, Cuca Gamarra, referindo que deve ser ocupado por alguém que ganhou as eleições.

Sánchez tem vindo a atacar o seu oponente político, por insistir que tem direito a liderar o governo por ter sido o partido mais votado.

“Em Espanha, governa quem tem mais apoios. Que não se pressione o chefe de Estado nem se dedique às cabalas mágicas. Chegou a hora da democracia parlamentar”, atirou Sánchez.

Esta eleição foi um primeiro teste para a formação do Governo. Conseguindo o apoio do Junts per Catalunya, Pedro Sánchez poder-se-á manter à frente do Executivo. Se assim acontecer, será a primeira vez em Espanha que o partido mais votado – neste caso o PP – não consegue formar Governo.

Miguel Esteves, ZAP //

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