Matteo Salvini quer ser o chefe de um movimento de conquista da União Europeia. A Polónia parece esperar pelos resultados eleitorais para decidir se participa ou não.
O vice-primeiro-ministro italiano convidou vários partidos populistas e anti-imigração para um encontro em Milão, na próxima segunda-feira. O objetivo é criar uma aliança para as eleições europeias de 26 de maio.
Salvini entrou em conversações diretas com Jaroslaw Kaczynski, do Partido Direito e Justiça (PiS) polaco, que está a pôr em prática uma revolução conservadora e eurocética de tom semelhante à que Viktor Orbán lançou na Hungria em 2010. No entanto, o partido de Governo na Polónia só aceita dar apoio a esta frente após as eleições.
Segundo a imprensa italiana, além de aliados tradicionais como a francesa União Nacional (RN), de Marine Le Pen, e o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), juntaram-se recentemente a Salvini a Alternativa para a Alemanha (AfD), os Verdadeiros Finlandeses e o Partido do Povo Dinamarquês.
O lançamento do “manifesto soberanista” de Salvini, marcado para segunda-feira num hotel de luxo de Milão, ocorre depois de o líder da Liga ter visto frustrado um compromisso com Jaroslaw Kaczynski, que chegou a levá-lo a Varsóvia, em janeiro, para propor um “eixo anti-imigração”.
Kaczynski preferiu contudo, para já, manter-se no grupo político europeu Aliança de Conservadores e Reformistas (ECR), de que fazem parte os Irmãos de Itália (Fratelli d’Italia), e qualquer possibilidade de uma aliança fica adiada para depois das eleições europeias.
O “plano B” de Matteo Salvini passa por ampliar a Europa das Nações e das Liberdades (ENF), grupo político no Parlamento Europeu (PE) de que a Liga faz parte. O político italiano tem dado por outro lado mostras de grande proximidade com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que em janeiro disse ver em Salvini “um herói”.
Mas o Fidesz, o partido de Orbán, mantém-se na principal família política europeia, o Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), apesar de ter sido suspenso em março por uma campanha contra Bruxelas.
Na segunda-feira, em Milão, Matteo Salvini lança o seu “manifesto soberanista”, assente na defesa das raízes cristãs e da identidade nacional, na luta contra a imigração e proteção das fronteiras externas, no primado das leis nacionais sobre as diretrizes europeias, algo que o político nacionalista define como “senso comum”.
“A diferença entre nós e os outros é que os outros precisam de ir ao estrangeiro à procura de alianças”, disse Salvini, citado pelo diário Stampa, numa indireta à líder dos Fratelli, Giorgia Meloni, que esta semana esteve na Polónia, e ao seu parceiro de coligação Movimento 5 Estrelas (M5S), de Luigi di Maio, que foi a França encontrar-se com representantes do movimento de protesto dos “coletes amarelos”.
“A Liga convida outros movimentos europeus para Itália. Tornámo-nos centrais, como país, graças a este governo”, acrescentou.
Depois do encontro de segunda-feira, a Liga volta a Milão, onde o partido nasceu como Liga do Norte, para o encerramento da campanha eleitoral na central Piazza Duomo, a 18 de maio.
ZAP // Lusa
A União Europeia deveria repensar rapidamente o regresso à CEE.
Depois da saída do UK, outros países se seguirão.
As regras e quotas da UE, são um impedimento ao crescimento económico da cada membro.