O ex-presidente do BES disse, esta segunda-feira, ter esclarecido perante o juiz de instrução do processo Operação Marquês as relações e o contrato com o ex-presidente executivo da PT.
“Fui chamado para falar sobre as relações e o contrato [com Zeinal Bava]. Foi o que eu falei, esclareci tudo em tribunal”, declarou aos jornalistas Ricardo Salgado, à saída de um interrogatório da fase de instrução da Operação Marquês, que durou pouco mais de hora e meia.
O ex-presidente do BES salientou que no seu depoimento “não há discrepâncias” com o que Zeinal Bava declarou sobre este assunto na sua inquirição, na semana passada, e garantiu que respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas pelo juiz Ivo Rosa.
Questionado se lhe foi perguntado alguma coisa relativa a José Sócrates, arguido que a acusação considera ter sido corrompido pelo antigo banqueiro do BES, Salgado respondeu que ninguém lhe perguntou nada sobre o antigo primeiro-ministro. “Nunca na minha vida corrompi ninguém”, afirmou aos jornalistas.
Fonte ligada ao processo Operação Marquês revelou, entretanto, que o depoimento de Salgado coincidiu com o de Bava sobre um contrato com a PT, no valor de 25,2 milhões de euros, que foi formalizado em 2010, mas vinha sendo falado desde 2006 relativo a fundos fiduciários.
Segundo a mesma fonte, o ex-banqueiro alegou que entregou esses fundos fiduciários ao ex-presidente executivo da PT para comprar ações da empresa e adiantou que esses fundos terão sido pagos em três tranches: uma de 6,7 milhões, outra de 8,5 milhões e outra de 10 milhões de euros.
A fonte acrescentou ainda que Ricardo Salgado não quis falar nem de José Sócrates nem do negócio com a empresa de telecomunicações brasileira VIVO.
No processo Operação Marquês, o Ministério Público questiona, entre outras matérias, a eventual influência de Ricardo Salgado junto do Governo de José Sócrates em negócios que tiveram a participação do Grupo Espírito Santo (GES), tais como a contestação à OPA da Sonae sobre a PT em 2006/2007, a cisão da PT Multimédia, a venda da Vivo à Telefónica em 2010 e a compra de 22,28% do capital da Oi por parte da PT.
Salgado foi acusado da prática dos crimes de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
A Operação Marquês conta com 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – e está relacionada com a prática de mais de uma centena e meia de crimes de natureza económico-financeira.
Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada. A acusação sustenta que o ex-primeiro-ministro recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro no GES e na PT, bem como garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.
Na Operação Marquês foram ainda acusados, entre outros, Carlos Santos Silva (apontado como “testa de ferro” de Sócrates), o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, Armando Vara, antigo deputado e ministro e ex-administrador da CGD, Henrique Granadeiro (ex-gestor da PT) e José Paulo Pinto de Sousa (primo de Sócrates).
O processo foi investigado durante mais de três anos, culminado com uma acusação com cerca de quatro mil páginas, tendo a fase de instrução, dirigida pelo juiz Ivo Rosa, tido início em janeiro, devendo prolongar-se durante todo o ano de 2019.
// Lusa
Pronto. Se o disse, está certo e está tudo resolvido. Deixem lá ir o homem à vida dele de forma a poder usufruir da sua merecida aposentação.
Roubas uma ninharia, a Justiça é uma LEBRE !
Falhas aos Impostos, a Justiça é célere !
Desvias e Roubas Milhares de €, a Justiça métamorphosa-se em Lesma !
… e o Ivo é a pessoa indicada (na sua qualidade, está claro!) para saber julgar a verdade.