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Ricardo Salgado acusa Passos Coelho no colapso do BES

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PSD / Flickr

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho

O banqueiro e ex-líder do BES e do grupo GES, Ricardo Salgado, acusou o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho de ter contribuído para o colapso daquele grupo financeiro. Em causa estão declarações públicas do ex-líder do PSD que, segundo Salgado, tiveram “consequências negativas sobre o BES”.

Segundo escreve o Correio da Manhã este domingo, Ricardo Salgado apresentou uma petição no Tribunal do Comércio de Lisboa, onde contesta a falência culposa do do BES e aponta o dedo ao ex-primeiro-ministro.

“Em 24 de Junho de 2014, o senhor primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, proferiu declarações públicas no sentido de que a questão da capitalização do GES era um problema, exclusivamente, deste Grupo (porque constituíam ‘problemas da área não financeira’) e, ainda, que não teria informação que o levasse a ‘temer instabilidade no setor financeiro”, lê-se na petição, citada pelo matutino.

Em causa estão as declarações do então primeiro-ministro a 24 de junho de 2014, pouco antes do colapso do BES e da criação do Novo Banco, em agosto do mesmo ano.

“As questões que respeitam a problemas de capitalização de grupos que também têm uma área financeira, como é o Grupo Espírito Santo, mas que têm muitas outras atividades não respeitam especificamente nem ao Governo nem ao supervisor da área financeira, porque são problemas de natureza não financeira”, disse Passos na época. “O Grupo Espírito Santo terá com certeza, como outros grupos, os seus problemas para resolver, e o Estado não é chamado a resolver esses problemas. É apenas aquilo que eu posso dizer”.

Para Ricardo Salgado estas declarações tiveram “consequências negativas sobre o BES”, explicitando que, entre 19 de junho (data em que o Governo recusou viabilizar empréstimos da Caixa Geral de Depósitos ao BES) e 24 de junho (dia das declarações de Passos Coelho), as ações do BES “caíram 16%”, ocorrendo uma “fuga de depósitos”.

Embora diga que “do ponto de vista jurídico, não se discute o mérito da opção política” de Pedro Passos Coelho, o banqueiro sublinha ainda assim que “o que se discute, por ter um impacto com relevância jurídica, são as consequências de tais declarações públicas do senhor primeiro-ministro então em funções”.

ZAP //

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3 Comments

    • O Viajante demonstra bem a sua falta de clarividência. Então não sabe que o Salgado procurou por todos os meios que a CGD tapasse o buraco com os dinheiros do banco público? Ele bem que o tentou mas ao contrário dos anteriores governos o Passos mandou-o passear! E fez muito bem.

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