//

Salário mínimo seria de 1268 euros se fosse actualizado desde 1974

18

RTP / Flickr

Arménio Carlos, líder da CGTP

Se o salário mínimo nacional tivesse sido aumentado desde 1974, tendo em conta a inflação e a produtividade, atingiria em 2018 os 1.267,70 euros. Quem o diz é o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, como argumento de defesa do aumento para os 600 euros.

Em declarações à agência Lusa, após a reunião da Comissão Executiva da CGTP, o secretário-geral da intersindical considerou que o aumento do salário mínimo nacional para 600 euros, a partir de Janeiro de 2017, é um valor “de rigor e de seriedade”.

Arménio Carlos defendeu também que esse aumento “só depende da vontade do Governo”, uma vez que “apoio político no Parlamento não faltará, com certeza”, ao executivo. O sindicalista refere-se ao facto de o PCP e Os Verdes defenderem o mesmo valor.

“A lei estabelece que compete ao Governo definir o valor do salário mínimo, depois de ouvidos os parceiros sociais e, portanto, o facto de poder não existir acordo na Concertação Social, nada impede que atinja os 600 euros”, afirmou ainda Arménio Carlos.

Governo não admite aumento acima dos 580 euros

A Concertação Social vai discutir o assunto na próxima sexta-feira, 24 de Novembro, e o líder da CGTP recusa que “as confederações patronais continuem a procurar usar o salário mínimo como moeda de troca para outros benefícios“.

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse, em entrevista ao Jornal de Negócios, estar disponível para negociar um aumento do salário mínimo se houver “mecanismos que permitam aliviar a tesouraria das empresas”, nomeadamente com a redução da carga fiscal. Todavia, 600 euros está “fora de causa”, avançou também o presidente da CIP.

O líder da CGTP reage considerando que “não se justifica que as confederações patronais exijam contrapartidas”, alegando que o aumento do salário mínimo “é um investimento com retorno, para as famílias, para o emprego e para a economia”.

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afastou a possibilidade de um aumento do salário mínimo, actualmente situado em 557 euros, que eleve a remuneração acima dos 580 euros.

“Apesar de o Governo ainda não ter apresentado nenhuma proposta para este ano, não vejo nenhuma razão significativa para alterar a trajectória que seguimos até agora”, disse o governante no Fórum da TSF, nesta segunda-feira, 20 de Novembro.

Vieira da Silva realçou, ainda, que “para pequenas empresas que vivem com mais dificuldades, um aumento superior àquele que estamos a fixar poderia levantar problemas”.

“O mais provável é mesmo que seja esse o ponto de partida para o debate na Concertação Social”, concluiu Vieira da Silva.

ZAP // Lusa

18 Comments

  1. Se o Arménio Carlos tivesse crescido desde o 25 de abril não teria hoje em dia uma mentalidade de adolescente utópico revoltado com o mundo e consigo próprio.

  2. O povo é que paga a m*rda que políticos e banca têm feito nestes anos todos, e ao povo só dão migalhas… Miseráveis.
    Aqui em Portugal também faz falta “drenar o pântano”!!

  3. Mas esse Arménio Carlos onde é que trabalhou? Quanto ganha actualmente ? Quem é que conhece as contas dos sindicatos e porque é que não são publicas? Que impostos pagam ? Vai ou os filhos dele ao médico público ou privado? As escolas dos filhos dele são privadas ou públicas . Anda de transportes públicos , ou de carrinho pago pelo sindicato?.
    Gostaria se ele lê-se isto que me respondesse,

  4. Este Arménio Carlos tem a arrogância dos incompetentes, debita ideias sem ter a mínima noção do que diz, fala do patronato como se estivesse a falar de uma associação de malfeitores que tudo fazem para prejudicar os seus trabalhadores. É um facto que o salário mínimo é baixo mas infelizmente com a nossa produtividade é o que se arranja. Pena é que este senhor como detentor da verdade do “savoir faire”, não funde uma empresa e mostre a essa associação de malfeitores como é possível pagar não os 600€ mas sim os tais 1.267,70€. É de cérebros destes que precisamos e não de chulos que a coberto de uma pretensa defesa dos trabalhadores, saca o deles e pelos vistos nem contas prestam.

    • Infelizmente essa é uma cover-story que justifica a existência de uma política geral de salários terceiro-mundistas: Se sairmos deste triste país, mais para norte, encontramos outros salários mínimos 2, 3, 4 e até mais vezes maiores sem que o custo geral dos bens e serviços sejam proporcionais a isso. Então qual é o mistério?
      É o funcionamento à terceiro mundo. Temos pázadas de micro-empresas, logo, algo miseráveis. Já se formos para uma pme, invariavelmente o dono tem n carros, incluindo o incontornavel ferrari, a mansão, etc. Como ter isso tudo e pagar salários de “europa”? Impossível? Se calhar nem por isso. Mas à cautela… os fiuncionários Até gostam de diizer lá em casa que trabalham para um “grande senhor”… Que orgulho.

      • “…sem que o custo geral dos bens e serviços sejam proporcionais a isso…”

        o senhor não deve viajar muito. Então os serviços não são proporcionais a isso? Sabe quanto é que paga em média por uma refeição em Londres? E sabe quanto custa uma escola particular em Inglaterra? Já para não falar de um simples café!

        Se me dissesse que os bens não são proporcionais, concordaria consigo, agora os serviços!!!

      • Escola particular? Começa bem. Café é bom exemplo? Claro que não: é o bem mais hiperinflacionado nos chamados países ricos. Carne, lacticínios, arroz, carros, gasolina, renda, etc isso é que vale a pena, pois é o dia a dia. Quanto ao café faz-se em casa, inútil ir pagar 4 ou 8 euros por uma taça de café aguado: Isso é o luxo de ficar lá sentado durante horas na cavaqueira (depois das 5 para empregados) sem que ninguém chateie pois o consumo está realizado com um só café. Nos países nórdicos: educação gratuita, hospitais etc, têm impostos de fazer medo, mas depois o estado paga tanta coisa. Quanto à suiça é um caso dependente do cantão (são 20 e tal) mas 1,5 a 2 vezes o custo se não forem para os lados mais caros. Com um salário mínimo que deve ser de mais de 2200 euro. Pois, mas esses souberam fazer-se discretos e secretos e fizeram carreira disso. No século 19 eram um pais pobre. Um salário normal dá perfeitamente para fazer férias no estrangeiro. Até há peditórios para auxiliar as famílias que não conseguem isso. Não estou a gozar.

      • Só me dá razão. Os bens embora sejam ligeiramente mais caros (e nem todos os bens são mais caros) a diferença é muito reduzida. Nos serviços, meu caro, não tem nada a ver. Sim, ir jantar fora é caríssimo, tomar café é caro, qualquer serviço que precise é caro. E contra factos não há argumentos possíveis.

      • Aliás, a Ferrari só fabrica para os empresários Portugueses, os maus. Nos outros países os empresários andam de Renault Clio para poderem dar salários mínimos de 5.000€!!! É a lógica da batata.

    • Quanto à produtividade, obviamente não tem nunca nada a ver com as condições de trabalho. Só lá fora nos países ricos é que se trabalha como deve, ser tipo 14 horas por dia ou mais, será?
      Nada a ver com métodos, máquinas, burocracia, transportes, logística, combustíveis, certo? E a competir com a ásia do trabalho escravo pois quase só se fazem produtos pouco nobres? Claro que também aqui como lá, se pagam às pessoas rios de dinheiro (salário mínimo). E o que aconteceria com esses tão generosos e depauperados patrõezinhos, caso fosse abolido o salário mínimo? O que fariam?? Adivinhem. Mas vêm aí os robots! Estão safos. Podem dispensar os humanos e só pagar salários magníficos aos poucos que restarem. E aí vão ser 70000 cães a 1 osso! Até trabalharão por 1 euro ou menos! Yupi! (Maldito salário mínimo!) Oxalá caiam todos de fome ou outra coisa que o sistema inventar. Cambada de inúteis improdutivos.

      • Anda para aí uma grande confusão com a produtividade, aqui e lá fora. É que a produtividade é medida em valor e não em quantidade. Logo, se pegarmos num empregado de mesa que trabalhe em Portugal e o mudarmos num dado dia à tarde para o Luxemburgo, a sua produtividade aumenta num único dia 5 ou 6 vezes… Isto porque o café é 5 ou 6 vezes mais caro lá do que cá.
        É que marcas, dimensões imateriais são cruciais para poder acrescentar valor e deste modo gerar níveis de produtividade totalmente diferentes. Veja-se o têxtil. Em Portugal temos empresas que continuam a trabalhar enquanto fornecedores de grandes marcas internacionais. Estas tendem a ter margens estreitas e níveis de produtividade reduzidos. O ganho está em quem detém a marca e pode colocar a encomenda onde lhe cobrarem menos, seja Portugal, Marrocos, China, Camboja

  5. Gostava de ver este gajo a criar uma empresa, a pagar os salários que propõe, segurança social e tudo o mais. Sem ajudas do Estado. Claro que o ordenado dele é ele e a sua camarilha que o fazem. Os sindicatos são subsidiados pelo Estado, pelos nossos impostos, pelo que dinheiro para essa canalha nunca faltará. Em nome dos trabalhadores prejudicam trabalhadores, como fizeram os comunistas a seguir a 1974. Quando as empresas vão à falência berram que não há empregos. Não há pachorra!!!

    • Completamente de acordo….. Mas só têm é que fazer esta “berraria” para justificar aos trabalhadores o facto de viverem à custa deles….. Quando saem da concertação são todos amigos, ministros, sindicatlistas, advogados…… comem todos à custa de alguém e têm todos as orelhas a arder…..

  6. Poderia ter sido, se os governos de esquerda não tivessem ido à falência 3 vezes. Como aquela do mario soares que desvalorizou a moeda em 20%.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.