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Governo anuncia saída de 1600 trabalhadores do grupo TAP até ao final do ano

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos

O ministro das Infraestruturas e da Habitação anunciou, esta quinta-feira, que irão sair 1600 trabalhadores do grupo TAP até ao final do ano, tendo já saído 1200 colaboradores.

Pedro Nuno Santos, em audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, desmentiu dados apresentados pelo Bloco de Esquerda, que apontou a saída de 1500 tripulantes da TAP, referindo que isso seria 80% da força laboral e garantindo que os 1600 trabalhadores que irão sair são de todo o grupo e não apenas da companhia aérea.

“Não podemos manter artificialmente uma dimensão que não tem adesão ao mercado em que estamos hoje a operar”, explicou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, salientando que isso “implica que no processo de reestruturação seja feito o redimensionamento” da companhia.

“Não podemos manter emprego que depois não tem trabalho“, rematou o governante.

Pedro Nuno Santos realçou que a TAP vai fazendo o seu trabalho “num quadro de maior dificuldade do que uma empresa low cost, tendo em conta que as ligações atlânticas estão paradas e realçando que empresas como a Ryanair estão a “queimar dinheiro”, porque partiam de um ponto de liquidez “incomparável”.

Criticado pelos bloquistas sobre a escolha do Boston Consulting Group (BGC) para elaborar o plano de reestruturação da companhia aérea, o ministro pediu ao partido que “indique uma empresa consultora aceitável de acordo com os seus parâmetros”.

O ministro não detalhou as medidas previstas no plano de reestruturação, recordando apenas que o prazo para o apresentar acaba a 10 de dezembro. “Os objetivos são muito claros: garantir a sustentabilidade da TAP. Temos de encontrar as soluções que nos ofereçam as garantias mínimas de garantir a sustentabilidade”, salientou.

Este é o ‘dossier’ mais difícil que tenho como ministro das Infraestruturas”, reconheceu o governante, recusando a ideia de que “a TAP seria facilmente substituída por outra companhia”.

“A TAP faturou 3,3 mil milhões de euros em 2019, 80% com clientes estrangeiros”, salientou Pedro Nuno Santos, assegurando que a transportadora é “dos maiores exportadores nacionais”.

O ministro afirmou ainda que as quatro rotas criadas no aeroporto do Porto, depois de o Estado “tomar uma posição mais assertiva” na TAP, “são neste momento um prejuízo” para a companhia aérea.

Pedro Nuno Santos disse que as quatro rotas criadas recentemente para Amesterdão, Milão, Zurique e Ponta Delgada estão com “46% da lotação em média”.

O ministro revelou ainda que está a ser estudado o reforço da frota da TAP Express/Portugalia, para operar, a partir de Porto e Faro, para outros aeroportos da Europa, em “ligações ponto a ponto”, para tentar que a TAP seja “mais competitiva”, nomeadamente face às companhias aéreas low-cost.

ZAP // Lusa

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