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Afinal, os sacos de pano e de papel podem ser menos amigos do ambiente do que os de plástico

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Afinal, os sacos de papel — e mesmo os de pano — não são a opção mais amiga do ambiente, revela estudo da Deco Proteste.

De acordo com um novo estudo da Deco Proteste — que foi realizado em Portugal, em parceira com as organizações de defesa do consumidor da Bélgica, Espanha e Itália —, tanto os sacos de papel como os de pano têm uma pegada ambiental maior que os sacos de plástico, tendo em conta o número de utilizações.

A análise da Deco Proteste foi feita tendo em conta o ciclo de vida de cada tipo de saco, ou seja, o número de utilizações e impacto ambiental da produção.

Assim, quanto mais impacto tem um saco no ambiente, mais vezes deve ser utilizado para neutralizar a sua pegada ambiental, explica o jornal Público.

Na prática, isto significa que, se se esquecer do saco reutilizável em casa, a opção mais sustentável é comprar um saco de plástico com alguma percentagem de material reciclado, desde que depois o reutilize pelo menos duas vezes e, no final, o coloque no ecoponto amarelo.

Para compensar o impacto da sua produção, um carrinho de compras exige 742 reutilizações e um saco de juta deve ser reutilizado entre 37 a 66 vezes. No que diz respeito a um saco de papel, apesar de ter menos impacto ambiental do que o plástico em muitas categorias, a sua produção é sete a oito vezes pior no que toca à utilização do solo — o que significa que deve ser usado sete a nove vezes (tarefa difícil, tendo em conta a sua durabilidade).

Ainda segundo a Deco, os sacos de algodão orgânico figuram entre as piores opções a nível da sustentabilidade. Para compensar a sua produção, cada saco tem de ser usado, no mínimo, 149 vezes. Se for algodão “normal”, o número desce para 101.

O problema do algodão é que, para a sua produção, é feito um uso intensivo de água, explicou o professor de ciência ambiental da Universidade do Maine, nos Estados Unidos, Travis Wagner, em declarações ao New York Times.

Além disso, não é simples descartar um saco de algodão de forma responsável, mesmo que seja orgânico. Isto porque não é possível, por exemplo, colocá-lo num compostor normal, tem de ser um compostor que aceite têxteis. Estima-se que apenas 15% dos 30 milhões de toneladas de algodão produzidos anualmente, chegue a centros de reciclagem têxtil.

A empresa de apoio ao consumidor sugere, então, que sejam usados sacos de poliéster em alternativa, que só necessitam de duas a três utilizações para serem mais sustentáveis.

O mesmo se aplica aos sacos de algodão em rede, utilizados, em norma, para frutas e legumes, que para se tornarem sustentáveis têm de ser reutilizados 952 vezes — missão muito difícil.

Mas a escolha mais sustentável é sempre a que o consumidor já tem em casa e a Deco Proteste aconselha os consumidores a reutilizarem o que tem, em vez de comprar novas opções.

“Deve reutilizar o mais possível, de acordo com as suas conveniências. Ninguém é um vilão sobre o qual deverão cair todos os anátemas da sociedade, se usar um saco de plástico. Desde que não o faça apenas uma vez”, concluem.

ZAP //

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