Rússia anuncia “pausa operacional”. G20 em Bali: delegação dos EUA recusa encontro com comitiva russa

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President of Russia / Twitter

O Presidente russo, Vladimir Putin.

O Presidente russo, Vladimir Putin.

Moscovo anunciou uma “pausa operacional” na Ucrânia para as tropas russas restabelecerem as capacidades de combate, uma informação já contrariada pelo Instituto para o Estudo da Guerra dos Estados Unidos (EUA).

“As unidades que efetuaram missões de combate durante a operação militar especial estão a tomar medidas para reabastecer as capacidades de combate. Os militares têm a oportunidade de relaxar, receber cartas e encomendas de casa”, escreveu num comunicado o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, citado pela agência Europa Press.

Konashenkov não especificou a duração prevista para este intervalo ou em que áreas de combate está a ser implementado.

Por outro lado, o Institute for the Study of War (ISW) – Instituto para o Estudo da Guerra, dos EUA – assegurou que as forças russas não cessaram as hostilidades e “é improvável que o façam”.

“As forças russas ainda realizaram ofensivas terrestres limitadas e ataques aéreos, de artilharia e com mísseis, em todos os eixos a 07 de julho, e é provável que se continuem a limitar a ações ofensivas de pequena escala à medida que restabelecem as forças e as condições para uma ofensiva mais significativa”, disse no Twitter.

Numa entrevista com o antigo advogado Mark Feigin – conhecido pelo ativismo contra o Presidente russo Vladimir Putin -, publicada no Youtube, o conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych realçou que ataques ucranianos a armazéns russos levaram as tropas russas a fazer uma pausa.

“Os ataques aos armazéns enfraqueceram significativamente a capacidade de o fazer de uma forma rápida e organizada. (…) As suas reservas estão diminuídas e irão diminuir”, explicou Arestovych, em declarações divulgadas pela emissora ucraniana TCH. “O ritmo da ofensiva abrandou”, notou.

Putin: Rússia “ainda mal começou”

Entretanto, na quinta-feira, Putin garantiu que as suas tropas ainda não começaram “nada a sério” em território ucraniano, instando o Ocidente a tentar derrotar as tropas russas no campo de batalha, noticiou o Jornal de Notícias.

“Hoje, ouvimos que eles nos querem derrotar no campo de batalha. O que é que podemos dizer, deixem-nos tentar. Ouvimos muitas vezes que o Ocidente quer lutar contra nós até ao último ucraniano. Esta é uma tragédia para o povo ucraniano, mas parece que tudo está a caminhar para isso”, disse Putin, numa reunião com os líderes da câmara baixa do Parlamento (Duma), no Kremlin, que teve transmissão televisiva.

E continuou: “Todos devem saber que, em geral, ainda não começámos nada a sério. Ao mesmo tempo, não rejeitamos as negociações de paz. Mas aqueles que as rejeitam devem saber que, quanto mais longe forem, mais difícil será para eles negociarem connosco”.

O Presidente afirmou ter a atenção voltada para a região do Donbass, no Leste ucraniano e alegou que o Ocidente, sob liderança dos EUA, foi “extremamente agressivo para com a Rússia durante décadas”.

Citado pelo Guardian, governador de Luhansk, Serhai Haidai, falou em destruição e falta de recursos. “A cidade está à beira de um desastre humanitário – não há abastecimento centralizado de água, gás ou eletricidade”, disse, alegando que 80% da habitação sofreu danos ou foi destruída e acusando as forças russas de deportarem cidadãos locais e roubarem as suas casas.

Zelenskyy: “Estado não pode ser vergado”

Um pequeno pedaço de terra que demonstra que a Ucrânia não pode ser vergada. Foi assim que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, definiu o simbolismo do hastear da bandeira ucraniana na Ilha das Serpente, na sua declaração diária aos ucranianos, transmitida no website da Presidência.

“Esta operação durou dois meses”, lê-se no discurso de quinta-feira. “[Serviços de] Informação, forças de operação especial, unidades ‘Alpha’ dos serviços de segurança, guardas fronteiriços, artilharia, fuzileiros, força aérea [todos envolvidos na recuperação do território]. Agora deixem cada capitão russo, quer seja de um navio ou de uma aeronave, ver a bandeira ucraniana em Zmiinyi para que saibam que o nosso Estado não pode ser vergado”, sublinhou.

G20. EUA recusam encontro com comitiva russa

O encontro entre as 20 economias mais fortes do mundo, que conta com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 20 países, começou esta sexta-feira envolta em tensão com a delegação norte-americana a recusar encontrar-se com a russa, por causa da invasão da Ucrânia.

O secretário de Estado Antony Blinken rejeitou encontrar-se de forma bilateral com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov. Fonte da Casa Branca disse, de acordo com o Guardian, que as relações entre Washington e Moscovo não podem ser as mesmas “no que diz respeito ao envolvimento no G20”.

Por sua vez, Sergei Lavrov afirmou que não foi a Rússia quem abandonou “todos os encontros”. “Não vamos correr atrás de ninguém”, declarou, frisando que esta é uma “escolha dos EUA”.

“Se [o Ocidente] quer negociações, mas a vitória da Ucrânia sobre a Rússia no campo de batalha, então, provavelmente, simplesmente não há nada sobre o que falar com o Ocidente, porque com esta abordagem não permite que a Ucrânia avance para o processo de paz”, disse Lavrov.

O responsável criticou a postura dos países Ocidentais no G20, que acusa de se focarem na guerra e ignorar temas como a economia mundial. Segundo o ministro russo, o arranque do encontro começou quase de imediato “com críticas frenéticas à Federação Russa em conexão com a situação na Ucrânia” e que ouviu expressões como “agressores, invasores, ocupantes”.

Ainda esta seta-feira, Lavrov anunciou que a Rússia está disponível para negociar a retirada de cereais armazenados na Ucrânia, mostrando-se disponível para reunir com a Ucrânia e a Turquia, apesar de não detalhar quando ocorrerá o encontro.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, país anfitrião da reunião anual do G20, apelou ao fim da guerra contra a Ucrânia, na presença de Lavrov.

“É nossa responsabilidade acabar com a guerra o mais rápido possível e resolver as nossas diferenças na mesa de negociações, não no campo de batalha”, disse Retno Marsudi na abertura de uma reunião preparatória para a cimeira.

Rússia controla 22% das terras agrícolas ucranianas

A Federação Russa controla 22% das terras agrícolas ucranianas e a invasão russa ameaça as colheitas deste verão, o que vai agravar a crise alimentar mundial, estimaram investigadores da NASA.

Segundo imagens de satélite obtidas em 13 de junho, pela missão Sentinel-2 da Agência Espacial Europeia, 22% das terras agrícolas da Ucrânia estão sob controlo dos russos no leste e sul do país. Isto inclui 28% dos cereais de inverno (trigo, cevada e centeio) e 18% da colheita de verão (milho e girassol).

Antes da invasão russa, em 24 de fevereiro, a Ucrânia representava 46% do óleo de girassol, nove por cento das exportações de trio, 17% de cevada e 12% de trigo, segundo o Departamento da Agricultura dos EUA.

A Ucrânia sofre um bloqueio naval russo que a impede de exportar as suas colheitas por navio, observou Sergueï Skakoune, investigador da NASA e da Universidade de Maryland. O bloqueio do Mar de Azov e dos portos ucranianos no Mar Negro impediu o acesso ao mercado de mais de 25 milhões de grãos, provocando a subida dos preços e a ameaça de fome para milhões de pessoas no mundo.

CE prepara novo pacote de sanções à Rússia

O ministro checo dos Negócios Estrangeiros, Jan Lipavský, revelou que “a Comissão Europeia [CE] está já a trabalhar num novo pacote de sanções à Rússia, o sétimo pacote”, garantindo que as medidas restritivas “estão a ter efeito”. Sem especificar o conteúdo, indicou “não existir um prazo” para avançar com as novas sanções.

Fontes europeias admitem que neste novo pacote possa abranger a inclusão de mais indivíduos à lista de sancionados (que passam a ser alvo, por exemplo, da proibição de viajar para a UE ou de deter ativos na União), bem como mais sanções financeiras (depois de terem sido suspensos bancos russos do espaço comunitário).

De acordo com as mesmas fontes, não estão incluídas novas sanções na energia, depois de a UE ter avançado com um embargo ao carvão russo (no quinto pacote) e uma proibição parcial ao petróleo russo (no sexto pacote).

Taísa Pagno , ZAP //

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7 Comments

    • Concordo, é o momento certo para uma ofensiva Ucraniana, agora que os russos estão sem munições e com as tropas esgotados.

  1. J. Galvao, chacinar um povo , mesmo que militar quando esta a descansar nao deixa de ser uma chacina, o fofinho e GAGA – Milhazes só tem odio nos seus pensamentos e na ponta da língua, nao noticia nada de jeito, procura transformar episódios em piadas mas sempre sem piada, como é que a SIC lhe da GUARIDA. Fofinho procura educar-te e falar de PAZ.

    • Lá está um comuna, paradoxalmente a falar de paz! Estes gajos sabem muito, mas a lérias deles já as conhecemos há muito e sabemios bem o que procuram com a “paz” que dizem defender!

  2. Agarra-me, se não bato!
    Próprio dos fracos… Próprio dos fanfarrões.
    Estamos perante um ditador, que a História o confirmará.

  3. J. Galvao, fofinhos estais vós a falar de quê ? é que a historia passada e recente relata que os povos da América fora chacinados sem condiçoes de defesa, alguns paises africanos e Asiáticos foram dizimados, e nos paises europeus procuram manter a mortandade seletiva, coordenada pelos fofinhos Americanos com os seus planos de instalações militares em tudo quanto é canto, com certeza para tentar escravizar povos produtores de vida. e que entretanto os fofinhos preparam para Agosto um contra ataque e assim vão vendendo os seus negócios de guerra, e os povos vão pagando, vejam que ate ja planeiam como e quem vai reconstruir o que eles propilos vão destruindo. a ilha da serpente ja esta livre mas os barcos de cereais nao estão a navegar rumo aos em risco de fome ??? por será ?, Fofinhos vamos pedir a PAZ.

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