Rússia intensifica ataques em Kiev e Kharkiv. Tanques bielorrussos aproximam-se da Ucrânia

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Sergey Kozlov / EPA

A Rússia intensificou hoje a sua ofensiva na Ucrânia, visando Kiev, a capital do país, Kharkiv, segunda maior cidade, onde os bombardeamentos causaram pelo menos 18 mortos e dezenas de feridos, e cidades portuárias no sul.

No sexto dia da invasão russa da Ucrânia, um ataque aéreo sobre a praça central de Kharkiv, cidade de 1,4 milhões de pessoas, perto da fronteira com a Rússia, atingiu a sede da administração regional, disse o governador Oleg Sinegubov num vídeo no Telegram que mostra a explosão.

Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas nessa explosão, de acordo com os serviços de emergência da Ucrânia, que deu conta de um outro ataque, a um edifício residencial, que deixou oito mortos e seis feridos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou “um crime de guerra” em Kharkiv, e sublinhou que a defesa de Kiev é neste momento “a prioridade”.

Em Kiev, em torno da qual as forças russas se estão a reunir, um ataque atingiu a torre de televisão durante a tarde, interrompendo a emissão, informou o Ministério do Interior.

A probabilidade de um grande ataque à capital, com três milhões de habitantes, parecia estar a aumentar a cada hora.

Imagens de satélite, divulgadas na segunda-feira à noite pela empresa norte-americana Maxar, mostravam um comboio de 64 quilómetros de centenas de tanques russos e outros veículos a avançar em direção à capital ucraniana.

Ao início da tarde de hoje, os militares russos apelaram aos civis de Kiev que vivem perto de infraestruturas de serviços de segurança ucranianos para evacuarem esses lugares, dizendo que iam atacar para travar “ciberataques contra a Rússia”.

Evidenciando o avanço russo, as forças do exército ucraniano, com filas de camiões e tanques, concentraram-se a oeste e a norte da capital, constatou a France-Presse.

No centro da cidade, os residentes que não fugiram ergueram barricadas e cavaram trincheiras nos últimos dias.

As forças do Presidente russo, Vladimir Putin, intensificaram também a ofensiva a outras cidades do país, incluindo nos portos estratégicos de Odesa e Mariupol, no sul.

No porto de Mariupol, as forças russas “atingiram todos os bairros da cidade”, disse o governador, falando de 21 feridos e mortos em número não especificados.

O exército russo também controlou as entradas para a cidade costeira de Kherson (de 290.000 habitantes), mais a oeste, de acordo com o seu autarca, Igor Kolikhayev. Vídeos de residentes nas redes sociais mostram soldados russos na localidade.

Num desenvolvimento preocupante, a Human Rights Watch disse que documentou um ataque usando uma bomba de fragmentação junto a um hospital no leste da Ucrânia nos últimos dias, e moradores locais também relataram o uso destas armas em Kharkiv e na aldeia de Kiyanka, embora não tenha havido confirmação independente.

O Kremlin negou que tenha usado tais armas. A confirmar-se, representaria um preocupante novo nível de brutalidade na guerra e poderia conduzir a um isolamento ainda maior da Rússia.

As primeiras conversações, segunda-feira, entre delegações da Ucrânia e da Rússia não travaram os combates, embora as duas partes tenham concordado com outra reunião nos próximos dias.

Mais de meio milhão de pessoas fugiram do país desde o início da ofensiva, na madrugada de quinta-feira, segundo o gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que tem também o registo da morte de 136 civis, mas admite que os números podem ser muito superiores.

Tranques bielorrussos aproximam-se da fronteira

Cerca de 300 tanques bielorrussos estão a aproximar-se da fronteira com a Ucrânia, de acordo com informações veiculadas pelos órgãos de inteligência ucranianos.

“A Rússia está a preparar uma provocação deliberada para justificar a introdução de tropas bielorrussas”, sugerem as secretas através do Twitter.

A Rússia avisa que a operação militar em curso só vai terminar até Putin alcançar “os seus objetivos”, não dando sinais de tréguas.

O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, pediu que fossem aplicadas sanções à Bielorrussa o mais rapidamente possível. Em causa está o apoio dos bielorrussos a Vladimir Putin e à aproximação à fronteira dos tanques.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, terá concordado com o apelo de Morawiecki.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. A presidente Ursula concordou com o apelo do primeiro ministro da Polónia. E quais vão ser as consequências desta concordância? Talvez aconteçam daqui a um mês!!!

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