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O que se passa na Terra fica na Terra: Rússia vai com os EUA ao Espaço no próximo ano

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Guerra na Ucrânia levou a Agência Espacial Europeia (ESA) a suspender relações com a Roscosmos, agência russa de atividades espaciais, mas a NASA vai manter cooperação para voos partilhados.

A Rússia anunciou esta quarta-feira novos voos espaciais partilhados com os Estados Unidos para 2025, ano em que um astronauta norte-americano seguirá para a Estação Espacial Internacional (EEI) numa nave Soyuz e um cosmonauta russo numa cápsula Crew Dragon.

Segundo a agência espacial russa (Roscosmos), o cosmonauta Kirill Peskov voará em fevereiro como membro da missão Crew-10, operada pela empresa aeroespacial norte-americana SpaceX, do magnata Elon Musk.

Farão parte da mesma missão rumo à EEI as astronautas Anne McClain e Nichole Ayers, ambas da agência espacial norte-americana (NASA), e o astronauta japonês Takuya Onishi. Em março do próximo ano, o astronauta da NASA Jonathan Kim viajará para a EEI a bordo de uma nave russa Soyuz MS.

A Roscosmos e a NASA, que mantêm a cooperação institucional apesar da guerra na Ucrânia — que levou a congénere europeia ESA a suspender relações com a agência russa — concordaram em novembro prolongar por mais um ano o acordo sobre voos partilhados.

O acordo, assinado em julho de 2022, cinco meses depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, previa inicialmente o transporte de três cosmonautas russos em naves Crew Dragon e três astronautas norte-americanos em naves Soyuz MS entre 2022 e 2024.

O que acontece na Terra fica na Terra: em meados de março, chegou a prova viva diretamente da EEI, quando numa altura de particular tensão entre EUA e Rússia, com a guerra na Ucrânia a dividir os dois países, astronautas russos e norte-americanos passaram uma mensagem de paz, trocando abraços no Espaço.

A Roscosmos adiantou que enviará para o espaço em 2026, a bordo de uma Soyuz MS, três tripulantes, incluindo Anna Kíkina, a única mulher no corpo de cosmonautas da agência espacial russa.

Em 2021, a Roscosmos tinha anunciado a intenção de abandonar a EEI, a “casa” e laboratório dos astronautas na órbita terrestre, a partir de 2025 e construir a sua própria estação espacial, uma nova, depois da Mir, que funcionou entre 1986 e 2001.

A Estação Espacial Internacional, que começou a funcionar em 2000, resulta de uma parceria entre as agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e Europa. A sua operacionalidade foi estendida até 2030.

ZAP // Lusa

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