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Rui Moreira promete manter a “identidade do Porto” e concluir os projetos que a pandemia atrasou

José Coelho / Lusa

Rui Moreira com Francisco Rodrigues dos Santos e Carlos Moedas

Francisco Rodrigues dos Santos e Carlos Moedas marcaram presença na tomada de posse de Rui Moreira

O presidente da Câmara Municipal do Porto tomou posse, esta quarta-feira, e comprometeu-se a “tudo fazer” para manter a identidade do Porto e a concluir os projetos que a pandemia atrasou.

“Quero concluir os projetos que a pandemia atrasou, como é o caso do Mercado do Bolhão, o Terminal Intermodal de Campanhã, a recuperação do Cinema Batalha, a extensão da Biblioteca, o projeto do antigo Matadouro como âncora da minha sempre e inequívoca prioridade: Campanhã, pois tenho a certeza de que esta zona da cidade tem condições únicas para ser uma alavanca de desenvolvimento para toda a cidade”, afirmou Rui Moreira.

Ao longo de um discurso de 30 minutos, que tinha a assistir na plateia o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, e o presidente do FC Porto, Pinto da Costa entre muitos outros, o independente reforçou a aposta em afirmar um “Porto positivo e agregador”.

“Tentarei, repito, ser positivo e agregador neste último mandato que o Porto me confiou, pois sei que, depois do inverno pandémico que todos vivemos, há um frio económico e político que se está a aproximar”, vincou.

Dizendo que o Porto continuará a “ser sempre uma voz de independência e de liberdade face aos poderes instalados, ao centralismo que em tanto prejudica o país“, altura em que se ouviram palmas, Moreira acredita que a cidade pode ser a base histórica de um movimento político mais próximo dos cidadãos.

“Não tenho qualquer obsessão por este caminho e estou preparado para abrir o debate sobre este tema”, assumiu, recusando “qualquer cenário de liderança”, mas uma “total disponibilidade para ajudar a dar corpo a esta ideia”.

E questionou: “Se daqui saíram as tropas liberais, se daqui brotaram as primeiras revoltas republicanas, porque é que daqui não poderá sair um novo movimento cívico que, combatendo a espiral de cinismo, o galopante fosso entre cidadãos e a política e sempre num respeito pelos partidos, aproxime os portugueses de um projeto político intransigentemente humanista e democrático”.

Moreira, que assume o seu terceiro e último mandato à frente dos destinos do Porto, aproveitou ainda para enaltecer “a magnífica característica portuense” que é a capacidade critica, sendo uma cidade onde tudo está sempre em permanente discussão pública.

Rui Moreira foi eleito presidente da Câmara do Porto pelo movimento independente Rui Moreira: Aqui Há Porto!, que conseguiu 40,72% dos votos, elegendo seis vereadores, não tendo conseguido reeditar a maioria absoluta conquistada nas autárquicas de 2017.

Sem maioria absoluta, o movimento do independente e o PSD estabeleceram um acordo de governação e acordaram medidas para os próximos quatro anos de mandato. No discurso, Moreira deixou uma palavra aos sociais-democratas, agradecendo o “sentido de responsabilidade”.

O acordo está dependente da incorporação de medidas contidas no programa social-democrata no Plano e Orçamento da Câmara do Porto para 2022, tais como a redução do Imposto sob o Rendimento Singular (IRS) entre um mínimo de 0,5% e 0,625% na componente municipal.

O PSD não terá representação nos pelouros do Executivo, nem nas empresas municipais. No entanto, na Assembleia Municipal, o PSD apresentou Sebastião Feyo de Azevedo, antigo reitor da Universidade do Porto, como candidato a presidente da mesa, contando com o apoio já anunciado do movimento de Rui Moreira.

A Assembleia Municipal do Porto foi durante os últimos dois mandatos presidida por Miguel Pereira Leite, do movimento independente, que, perante o acordo, não se recandidatou ao cargo.

Na cerimónia, o cabeça de lista do PSD à autarquia portuense, Vladimiro Feliz, afirmou aos jornalistas que o presidente do partido, Rui Rio, deu “liberdade total” e não interferiu no acordo de governação.

“Foi um acordo negociado a nível local, não teve a interferência inicial do presidente do PSD, como não deve ter”, afirmou.

“Disse que era um assunto de cariz local e que confiava em nós. Deu-nos abertura para fechar o acordo”, disse ainda.

Esta quarta-feira, em declarações aos jornalistas sobre a sua recandidatura, Rio disse também que “não se mete” nas decisões tomadas por autarcas e que não há qualquer dissabor com o seu ex-vice.

Se concordo ou discordo, fica cá comigo. [Mas] não estou zangado com Vladimiro Feliz. É uma pessoa extraordinária”, cita o jornal online Observador.

ZAP // Lusa

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