O movimento independente de Rui Moreira e o PSD chegaram a um acordo que vai garantir a aprovação do próximo orçamento da Câmara Municipal do Porto e a governabilidade da cidade.
O movimento do independente Rui Moreira, reeleito presidente da Câmara Municipal do Porto sem maioria, e o PSD estabeleceram um acordo de governação e acordaram medidas para os próximos quatro anos de mandato.
Em comunicado, o movimento do independente “Aqui Há Porto” avança que o PSD, “respeitando o princípio de que quem ganha as eleições autárquicas governa”, mostrou-se disponível para apoiar uma solução que incorpore algumas das principais propostas para a cidade.
A redução da carga fiscal, transferência de competências para as freguesias, mobilidade, criação de uma rede de creches e redução da fatura da água são algumas das propostas que unem o PSD e o movimento independente depois de uma “reflexão no sentido de construir uma solução de governabilidade para a cidade” entre o movimento e o partido.
“Este acordo é feito com o objetivo de garantir a estabilidade governativa e acordar medidas para o futuro da cidade”, acrescentam. O PSD não terá representação nos pelouros do executivo, nem nas empresas municipais.
No entanto, na Assembleia Municipal, o PSD irá apresentar a candidatura de Sebastião Feyo de Azevedo, antigo reitor da Universidade do Porto, como candidato a presidente da mesa. “Esta candidatura será subscrita e apoiada pelo Movimento Aqui Há Porto”, assegura o movimento.
A mesa da Assembleia Municipal do Porto foi durante os últimos dois mandatos presidida por Miguel Pereira Leite, do movimento independente, que “não será recandidato ao cargo”, afirma, citado no comunicado o presidente do “Porto, O Nosso Movimento”, Francisco Ramos.
Na missiva, Francisco Ramos enaltece o trabalho que Miguel Pereira Leite desenvolveu ao serviço da cidade ao longo dos últimos oito anos na liderança daquele órgão.
Também no comunicado, o presidente do PSD do Porto, Miguel Seabra, enaltece a candidatura de Sebastião Feyo de Azevedo, “personalidade de reconhecido mérito na cidade e no país, que muito prestigiará a Assembleia Municipal e o Porto”.
Sem maioria no executivo, o independente Rui Moreira foi reeleito no dia 26 de setembro presidente da Câmara do Porto, tendo o Bloco de Esquerda eleito, pela primeira vez, um vereador, enquanto o PS perdeu um e o PSD duplicou o mandato de 2017.
Segundo os dados divulgados na noite eleitoral pelo Ministério da Administração Interna (MAI), o movimento independente Rui Moreira: Aqui Há Porto! obteve 40,72% dos votos, elegendo seis vereadores, não tendo conseguido reeditar a maioria absoluta conquistada nas autárquicas de 2017. Por seu turno, a oposição elegeu sete mandatos – três do PS, dois do PSD e a CDU e o BE um cada.
Para assegurar a governabilidade da Câmara, sem grandes percalços, ao longo dos próximos quatro anos bastaria que um destes vereadores se juntasse ao independente.
À semelhança da vereação, o independente Rui Moreira obteve 34,51% dos votos para a assembleia municipal, mas também sem maioria e perdendo um deputado. Neste órgão, o PS perdeu três deputados (oito), o PSD ganhou três (oito), CDU, BE e PAN mantêm o número de deputados e o Chega elege o primeiro.
Também nas freguesias, o movimento independente Aqui Há Porto conquistou cinco das seis freguesias a que se candidatou. A freguesia de Paranhos mantém-se PSD e em Campanhã o independente decidiu apoiar o socialista e atual presidente da junta, Ernesto Santos, que foi reeleito.
Nas autárquicas de 2017, o autarca Rui Moreira foi reeleito para o cargo, com maioria absoluta, tendo conquistado 44,46% dos votos e alcançado sete mandatos, contra seis da oposição: quatro do PS, um do PSD/PPM e um da CDU.
Em 2013, quando foi eleito pela primeira vez, o independente conseguiu conquistar 39,25% dos votos e seis vereadores, contra três do PS, três do PSD/PPM e um da CDU.
No Porto, foram a votos nestas eleições o Movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” – apoiado por IL, CDS, Nós Cidadãos, MAIS -, Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre).
ZAP // Lusa