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Rui Moreira mantém “total confiança” no diretor do Teatro Municipal do Porto

Rui Moreira / Facebook

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira

O presidente da Câmara Municipal do Porto mantém “total confiança” no trabalho de Tiago Guedes, depois de Regina Guimarães ter acusado o diretor do Teatro Municipal de censura.

Rui Moreira considera que algumas das escolhas da programação do Teatro Municipal do Porto vão além dos “limites da tolerância”, mas reitera total confiança no diretor Tiago Guedes.

O diretor do Teatro Municipal é acusado de censurar um texto da autora Regina Guimarães, além de outros casos de alegada censura. Esta segunda-feira, Rui Moreira reuniu à porta fechada com o responsável pelo TMP e com os vereadores da oposição, justificando o voto de confiança como forma de reafirmar o sentido de um teatro municipal “plural”.

O presidente da Câmara Municipal do Porto reduziu a polémica ao caso que Regina Guimarães tornou público há cerca de uma semana. Moreira afirmou que, antes da estreia da peça em causa (Turismo, com encenação de Tiago Correia), foi contactado pelo TMP para uma apreciação relativamente à tomada de posição a ser seguida.

De acordo com o jornal Público, Rui Moreira informou que a folha de sala deveria sair e, se não saiu, foi porque o encenador, Tiago Correia, terá decidido nesse sentido.

Sobre esta decisão de não publicar a folha de sala que tinha uma nota de rodapé que criticava o modo como Paulo Cunha e Silva usou o conceito de “cidade líquida” do sociólogo Zygmunt Bauman, Rui Moreira disse que foi uma escolha que deve servir de aprendizagem.

Na quinta-feira, PS, PSD, CDU e Bloco de Esquerda exigiram um esclarecimento cabal sobre o alegado ato de censura da Direção do Teatro Municipal do Porto, tendo os socialistas pedido para ouvir Tiago Guedes na reunião de câmara desta segunda-feira.

No dia 3 de fevereiro, a dramaturga Regina Guimarães acusou a direção de censurar o texto da sua autoria, escrito para integrar a folha de sala do espetáculo Turismo, que esteve em cena nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro, no Teatro do Campo Alegre, no Porto.

Numa primeira reação, na madrugada de terça-feira, Tiago Guedes, em declarações à Lusa, garantiu que o texto da dramaturga não tinha sido publicado com a concordância do encenador do espetáculo, e que o mesmo tinha até lhe pedido desculpa.

No entantp, essas declarações foram desmentidas, no próprio dia, pelo encenador do espetáculo, Tiago Correia, numa publicação no  Facebook, onde acusou o diretor do Teatro Municipal do Porto de “chantagem emocional, coação, ameaça e abuso de poder”.

O diretor do Teatro Municipal do Porto admitiu depois, ao final do dia de terça-feira, que foi “um erro” não publicar o texto de Regina Guimarães, ainda que a intenção não tenha sido limitar a liberdade de expressão, mas defender a memória do ex-vereador já morto.

No Facebook, Tiago Guedes começa por partilhar a nota de rodapé do texto que Regina Guimarães escreveu, salientando o “tom ofensivo” daquela nota para a memória do antigo vereador Paulo Cunha e Silva que morreu em 2015.

“Reconhecendo que a emoção e a falha fazem parte da natureza humana, gostaria de partilhar aquilo que a distância dos factos me permite avaliar agora como um erro. Percebo agora que o reconhecimento e respeito que nutro pelo trabalho do Paulo Cunha e Silva no Porto, e sobretudo pela sua memória, me fez deixar levar por aquilo que considerei ser a necessária defesa do seu nome perante o que encarei ser uma ofensa desnecessária”, escreveu Tiago Guedes.

ZAP // Lusa

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