O número de pessoas a viver sozinhas na Coreia do Sul, assim como em muitos países ocidentais, está a aumentar exponencialmente. Enquanto muitos o fazem por escolha própria, para outros o fardo da solidão é demasiado pesado.
Um grupo de investigadores da Coreia do Sul desenvolveu uma possível resposta robótica para o problema do isolamento. O robô em questão chama-se Fribo e foi desenvolvido tendo em mente jovens que vivem sozinhos.
A ideia do design do Fribo é muito diferente da de outros produtos deste género como, por exemplo, a Alexa da Amazon. Enquanto esta assistente virtual estabelece contacto direto com o utilizador, a ideia do Fribo é mais incentivar que o utilizador estabeleça contacto com outros utilizadores através de um “espaço de vivência virtual”.
A ideia deste espaço de vivência é criar uma espécie de rede social de amigos que estão isolados fisicamente mas que poderão estar em permanente contacto neste espaço.
A ideia por trás deste robô acaba por ser um pouco “orwelliana”. O conceito passa por observar e reconhecer atividade nas casas de cada um dos utilizadores. Microfones e sensores espalhados e ligados ao Fribo procuram atividades domésticas, como um simples abrir a porta e entrar em casa, o desligar a luz de uma divisão ou o abrir o frigorífico.
O Fribo envia este tipo de informação anonimamente para o resto do grupo que está ligado ao utilizador: “O vosso amigo abriu a porta de entrada. Alguém entrou em casa?” é um dos exemplos.
Quem receber estas mensagens pode responder com mensagens de texto ou de voz para o grupo através do Fribo, ou com mensagens pré-definidas, que podem ser ativadas por palmas. Bater palmas três vezes ativa um tipo de mensagem, bater palmas duas vezes outro tipo de palmas e assim por diante.
Em certa medida, o conceito é semelhante ao feed das redes sociais, mas é muito diferente em dois pontos essenciais. Em primeiro lugar, os indivíduos não partilham a informação voluntariamente. O Fribo recolhe a informação e partilha-a automaticamente.
Além disso, as partilhas são feitas apenas com um grupo restrito de amigos, que serão os únicos a aceder à informação. Ainda assim, muitas vozes críticas na Coreia se têm feito ouvir contras as implicações deste robô para a privacidade dos utilizadores.
O Fribo foi apresentado, no mês passado, na Conferência Internacional de Interação entre Humanos e Robôs e, desde então, quatro grupos estão a testar esta tecnologia pioneira. Até agora, as reações dos participantes estão a ser extremamente positivas.
Para já, não está prevista data de lançamento ao público.
ZAP // Mais Tecnologia