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“Ritmo de insolvências vai aumentar”, admite Siza Vieira

Miguel A. Lopes / Lusa

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, admitiu esta terça-feira que “o ritmo de insolvências vai aumentar” devido à crise pandémica, salientando que o plano de estabilização económica e social a lançar pelo Governo visa “estimular a economia” para travar novos encerramentos.

“Temos que estar todos preparados para um crescimento do número de insolvências nos próximos tempos”, afirmou Pedro Siza Vieira durante uma audição, esta manhã, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação sobre as consequências económicas da pandemia de covid-19.

Apesar do ritmo de crescimento do desemprego ter abrandado em maio, sendo as perspetivas “menos más do que o figurado há um mês”, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital admitiu que as empresas que já se encontravam em dificuldades antes da pandemia, e que, por não cumprirem os requisitos exigidos, ficaram à margem dos apoios disponibilizados, “possam chegar a uma situação de insolvência”.

“Tenho a convicção de que o ritmo de insolvências vai aumentar, é normal. Temos que estar preparados para amparar as situações sociais que resultam dessas insolvências e estimular a economia para evitar que mais empresas se coloquem nessa situação, dando-lhes capacidade para aliviar o esforço e responder a um mercado ainda bastante incerto”.

Segundo o ministro, as perspetivas iniciais do Governo quanto ao recurso ao lay-off e à queda do produto interno bruto (PIB) e do emprego apontavam para uma “abrangência maior” do que a que acabou por se registar.

Num contexto de grande incerteza económica, Pedro Siza Vieira considerou “absolutamente notável” que, ao longo dos últimos dois meses, a Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) tenha aprovado “sete novos investimentos estrangeiros” em Portugal.

Banco de fomento “nas próximas semanas”

Também nesta terça-feira, o ministro da Economia revelou que o Banco Português de Fomento deverá ganhar vida nas “próximas semanas”, considerando que esta instituição vai ter um papel crucial na economia nacional no pós-pandemia.

O papel do Banco de Fomento é indispensável para apoiar não só esta fase de estabilização, mas também a fase de retoma da economia”, disse Pedro Siza Vieira nesta terça-feira, citado pelo Jornal Económico.

“Muitos dos recursos europeus, que vêm a título de dívida, serão transferidos para as empresas através dos bancos promocionais nacionais”, apontou, referindo-se a outros países para sublinhar a importância da criação desta instituição.

Existe atualmente um “conjunto de sociedades financeiras no âmbito do ministério da Economia”, mas que nenhuma tem a “capacidade de realizar o conjunto de atividades que os bancos promocionais nacionais devem exercer para poderem beneficiar plenamente dos benefícios do Invest EU”, referindo-se ao programa europeu de investimento.

ZAP // Lusa

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