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Rio ataca com Tancos. Costa diz que “atingiu a dignidade da campanha”

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PSD / Flickr; José Sena Goulão / Lusa

Rui Rio, António Costa

O líder do PSD e o secretário-geral do PS trocaram acusações sobre o caso de Tancos e acusação contra o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes.

O ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, foi acusado pelo Ministério Público, esta quinta-feira, de quatro crimes no caso de Tancos: prevaricação, abuso de poder, denegação de justiça e favorecimento de funcionário.

Esta quinta-feira, o caso começou a entrar a pouco e pouco na campanha eleitoral, com alguns líderes partidários mais agressivos, como Assunção Cristas, e outros mais ponderados, considerando que este não devia ser um tema de campanha.

Rui Rio foi um desses casos. O líder do PSD considerou que este é um caso “gravíssimo”, mas prometeu fazer declarações mais tarde, uma vez que não tinha ainda conhecimento exato da acusação no momento em que falava aos jornalistas.

As declarações chegaram ao final da tarde e já abalaram a campanha. O social-democrata considerou que o primeiro-ministro “ou sabe ou não sabe. E ambas são muito más”.

“Perante um assunto desta gravidade o ministro da Defesa não avisa o primeiro-ministro? Sabemos que articulou com o presidente da concelhia do PS que também é deputado e não articula com o primeiro-ministro?”, questionou Rio, citado pela TSF.

“Se articula — como é o mais provável — temos o problema de o primeiro-ministro ser conivente com aquilo que se passou. Se não avisou também temos um problema grave: um Governo em que os ministros não avisam o primeiro-ministro de tudo aquilo que se passa no ministério”, critica ainda, acrescentado que “é pouco crível que um ministro, seja ele qual for, não articule assuntos desta gravidade com o primeiro-ministro”.

Questionado pela rádio sobre se é pertinente chamar o ex-ministro da Defesa à Assembleia, Rui Rio admite que “há razão para a comissão permanente do Parlamento reunir” e o PSD vai tomar a iniciativa de a convocar.

“Não me atingiu a mim, atingiu a dignidade da campanha”

Pouco tempo depois, o primeiro-ministro contra-atacou as declarações do rival. Numa declaração aos jornalistas, António Costa disse a Rio que só se “envergonha a si próprio” e que, com a conferência de imprensa, atingiu “a dignidade da campanha”.

Costa começou por dizer que o líder do PSD “tinha a estrita obrigação de saber que enquanto primeiro-ministro respondeu “por escrito a todas as questões que a comissão parlamentar de inquérito colocou”, comissão essa que concluiu que nada lhe tinha a apontar, cita o jornal Público.

“Quem sacrifica aquilo que são princípios fundamentais da forma de estar, envergonha-se a si próprio mais do que atacar quem quer atingir. A mim não me atingiu, atingiu a dignidade desta campanha eleitoral“.

“Não é aos 58 anos que lhe reconheço autoridade para fazer julgamentos morais sobre a minha atitude política” afirmou o socialista, visivelmente irritado, citado pelo .

“Temo que tenha desiludido quem entendia que o dr. Rui Rio é uma pessoa de princípios, que não mudam de dois em dois dias”, atacou Costa, acrescentando que, ainda há dois dias, Rio dizia que não era de “fazer julgamentos na praça pública”.

Catarina Martins também falou de Tancos

Durante a manhã — e tal como tinha acontecido na quarta-feira — Catarina Martins tinha dito que um processo longo como o de Tancos não ajudava ninguém na campanha. Ao final da tarde, a coordenadora do Bloco de Esquerda mudou de posição e, finalmente, falou.

“Parece-nos muito grave chegar à conclusão, se o Ministério Público tiver razão — o processo, a justiça o fará — que responsáveis políticos mentiram numa comissão de inquérito”, defendeu a bloquista, citada pela TSF.

O Ministério Público já deduziu a acusação no caso de Tancos e conta com 23 acusados, entre os quais o ex-ministro Azeredo Lopes, que já anunciou que vai pedir a abertura da instrução, uma vez que se trata de uma acusação “eminentemente política”.

Os procuradores acusaram também várias altas patentes do Exército e da GNR: o ex-diretor da PJM, Luís Vieira, o major Vasco Brazão, porta-voz da PJM, e vários oficiais da investigação criminal da GNR.

O caso do roubo nos paióis de Tancos conta com 25 arguidos. O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército a 29 de junho de 2017. Quatro meses depois, a PJM revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

FM, ZAP //

4 Comments

  1. Se… A.Costa, é isto e aquilo para alguns, o Sr. R.Rio não lhe fica atrás. Gostamos ou não destes dois protagonistas Políticos, tenho que admitir que em momento pré Eleitoral, o Sr. R.Rio, mostrou o que é !…… O desejado confronto para bem dos Portugueses em temas como a Economia, Saúde, Justiça e Educação, passaram a ser menores com esta arma de arremesso do caso Tancos. Portanto a falta de elevação Politica de R.Rio, faz-me pensar duas vezes no meu sentido de voto. Não será de admirar, a eventual taxa de abstenção, votos nulos ou brancos !…. Políticos e Politica suja !

  2. “Atento”!?
    Não parece nada Ou então disfarça muito bem…
    Por onde tem andado nestes últimos, digamos, 40 anos?
    “If you believed they put a man on the moon”
    Em abono da verdade, não foi um, mas uns quantos milhões de Portugueses que ainda acreditam nas parvoices que lhes impingem.
    Eu acho muito bem, claro… Força, avante!
    Fogo à Peça! (Se sobraram algumas…)

    • Por acaso também aprecio o R.E.M, mas………………… onde quer chegar ?????…..emiti a minha opinião de forma clara, sem anglicismos. Faça de mesmo !..e não se esqueça que as opiniões de cada um valem o que valem !

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