/

Acusação “política”. Azeredo Lopes pede abertura da instrução

Olivier Hoslet / EPA

O ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes

O ex-ministro da Defesa acusado de prevaricação, abuso de poder, denegação de justiça e favorecimento de funcionário considera a acusação do caso de Tancos “eminentemente política” e sem provas e vai pedir a abertura da instrução.

Em comunicado, enviado à agência Lusa, Azeredo Lopes diz que “a acusação é eminentemente política, não tendo factos e provas a sustentá-la”, reiterando que nunca foi informado sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos.

Reitero que nunca fui informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, pelo que gostaria que ficasse claro que o então Ministro da Defesa não cometeu qualquer crime nem mentiu, tal como não o fez o cidadão José Alberto Azeredo Lopes”, lê-se no comunicado.

O antigo responsável pela Defesa, que saiu do Governo em outubro de 2018, lamenta que “tenha sido ao longo dos últimos meses profusamente julgado na praça pública, numa situação de absoluta desigualdade, através de fugas de informação cirúrgicas, não obstante o processo estar em segredo de justiça, sem que o MP ou a PGR tenham, que se saiba, levantado qualquer inquérito, tornando banal e corriqueiro um facto que viola gravemente a lei e os direitos dos cidadãos”.

O Ministério Público já deduziu a acusação no caso de Tancos e conta com 23 acusados, entre os quais Azeredo Lopes. O antigo ministro responderá por quatro crimes: prevaricação, abuso de poder, denegação de justiça e favorecimento de funcionário.

Os procuradores acusaram também várias altas patentes do Exército e da GNR: o ex-diretor da PJM, Luís Vieira, o major Vasco Brazão, porta-voz da PJM, e vários oficiais da investigação criminal da GNR.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esta terça-feira foi arrastado para o caso, não é referido no processo.

O caso do roubo nos paióis de Tancos conta com 25 arguidos. O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército a 29 de junho de 2017. Quatro meses depois, a PJM revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.