Primeiros resultados davam vitória clara ao “não” na Moldávia. Mas esta segunda-feira traz um desfecho diferente.
Desta vez não foram as sondagens a deixar uma ideia errada sobre uma votação num país: na Moldávia, as projeções iniciais apontaram para um sentido, o resultado (quase) final aponta para outro.
Os eleitores da Moldávia foram neste domingo a votos, para um referendo e para escolher o presidente. No caso do referendo, estava em causa estava a adesão à União Europeia (UE).
Os primeiros resultados, na noite passada, indicavam que mais de 55% das pessoas votaram contra. 43,14% dos moldavos teriam votado a favor da adesão ao bloco europeu. Estavam contados quase 70% dos votos; mas ainda faltava a maioria dos votos da capital Chișinău.
No entanto, ao início da manhã desta segunda-feira os resultados eram diferentes: com quase 99% dos votos contados, o “sim” conseguiu 50,18%, uma vitória muito tangencial – e que ainda pode ser revertida.
Já ao início da tarde, o “sim” à adesão atingiu 50,39% dos votos, com todos os votos contados entre os eleitores que vivem na Moldávia. Falta concluir a contagem dos votos do estrangeiro.
Mesmo com uma vitória, é um resultado surpreendente, já se que se esperava que os votos a favor da adesão fossem muito mais do que os votos contra.
Num referendo boicotado por candidatos pró-russos, a presidente da Moldávia, Maia Sandu, que é a favor da adesão à União Europeia, disse que esre referendo foi marcado por uma “fraude sem precedentes”.
Maia Sandu disse em conferência de imprensa que “grupos criminosos, juntamente com forças estrangeiras, hostis aos nossos interesses, atacaram o nosso país com dezenas de milhões de euros, mentiras e propaganda, com os meios mais miseráveis para conduzir os nossos cidadãos e o nosso país para uma zona de incerteza e instabilidade”.
A presidente garante que tem provas destas acusações: “Temos provas e informações de que o objectivo do grupo criminoso era comprar 300 mil votos. A escala da fraude não tem precedentes“.
A Comissão Europeia denunciou, nesta segunda-feira, uma “interferência e intimidação sem precedentes”, por parte da Rússia.
Eleições presidenciais
Houve dupla votação neste domingo: referendo sobre a UE e eleições presidenciais.
A presidente Maia Sandu ganhou mas sem maioria absoluta: com 42,26% dos votos, vai à segunda volta com Alexandr Stoianoglo, o segundo mais votado (26,12%).
Refira-se que Stoianoglo era procurador-geral da Moldávia, pró-Rússia, e foi dispensado precisamente por Maia Sandu.
Os dois candidatos vão à segunda volta no dia 3 de Novembro.
Putin tem quer ser persseguido até ser eliminado. Todo o mundo democrático tem que se empenhar nisso.