António Pedro Santos / Lusa

Os partidos aproveitaram para propor ao primeiro-ministro as prioridades políticas e deixaram avisos sobre o escrutínio que deve ser feito a um Governo com maioria absoluta. Costa mostrou-se optimista após as reuniões, com “uns mais e outros menos” vontade de dialogar.
António Costa recebeu ontem em São Bento todos os partidos — menos o Chega — para fazer um balanço os resultados das eleições e ouvir as propostas e os avisos das forças políticas ao novo Governo maioritário.
O primeiro-ministro foi depois para a sede do PS para a reunião da Comissão Nacional, onde voltou a garantir que a maioria absoluta que conquistou será de “diálogo”, algo que é “desejável e saudável”.
Sobre se essa vontade de dialogar era recíproca entre o Governo e os partidos, o socialista brincou: “Se não houvesse essa vontade não tinham vindo dialogar comigo”, acrescentando que a disponibilidade para as reuniões foram um “bom sinal“.
Desde a esquerda à direita que se ouviram pedidos para uma revisão constitucional. Do lado do PSD, Rui Rio lembrou que a maioria absoluta dá ao Governo uma oportunidade para fazer reformas nas leis eleitorais e na descentralização, mas Costa não lhe deu garantias, nota o Público.
“Digamos que não abriu a porta a tudo, nem fechou a porta a tudo, fomos conversando sem ter que dar a posição em concreto. Sobre a governação em concreto não falámos muito porque as nossas divergências ficaram mais do que claras na campanha e o PS tem maioria absoluta, vai governar com o programa dele”, referiu Riu Rio.
Já o Livre saiu da reunião optimista, assim como o PAN, com ambos os partidos a acreditar que o próximo Orçamento de Estado vai incluir medidas defendidas pelos partidos quando ao combate à pobreza energética e à falta de eficiência energética que é crónica nas casas em Portugal.
No entanto, o Público avança que é pouco provável que o modelo de superbónus fiscal proposto pelo Livre para apoiar o aquecimento das casas seja o mesmo que o Governo tem em mente, já que mexia com as verbas do Orçamento de Estado, sendo assim mais provável que este venha a ser um programa financiado pela bazuca.
O Bloco de Esquerda já preferiu não adiantar muitos detalhes, com Catarina Martins apenas a referir que levou à discussão a Lei de Bases da Saúde a as alterações à lei laboral que o partido defendeu durante a campanha.
A coordenadora do BE referiu que há matérias já “conhecidas” onde há “afastamentos” entre o partido e o Governo e outras onde pode ainda haver uma “aproximação”. Catarina Martins deixa ainda um aviso sobre possíveis revisões constitucionais, afirmando que a “actual correlação de forças” não as aconselham.
Já Jerónimo de Sousa acredita que o diálogo tem de existir no “quadro de prestação de contas e informação que o Governo terá de dar” e trouxe também as reformas laborais à discussão. “Não queria fazer juízos de valor precipitados, mas é natural a preocupação, porque o PS fica com mãos livres para fazer o que entender em termos políticos”, rematou o líder dos comunistas.
O tom crítico ao PS durante a campanha da Iniciativa Liberal promete continuar no arranque da próxima legislatura, com João Cotrim de Figueiredo a garantir fazer um “escrutínio mais apertado” à maioria absoluta, sobretudo com a vinda dos fundos europeus e também na forma como “o Parlamento vai reatar os debates parlamentares de escrutínio do Governo”.
Vira o disco e toca o mesmo!
Atirar milho aos pombos, grande Costa !!!! sem duvida o maior exemplo de político ilusionista da republica portuguesa.