Uma equipa de arqueólogos acredita ter encontrado no porão de um antigo convento na cidade francesa de Bordéus os restos mortais do famoso filósofo e escritor Michel de Montaigne (1533-1592).
A equipa de especialistas encontrou um caixão de madeira com a inscrição “Montaigne” no antigo convento, que é agora o Museu da Aquitânia, noticia a agência AFP.
Entre os restos mortais, foi detetado um fémur, um osso pélvico e um crânio que os cientistas acreditam pertencer a Michel Montaigne.
“Provavelmente, estamos na presença do corpo de Montaigne“, disse nesta quarta-feira Laurent Védrine, diretora do Museu da Aquitânia, que apresentou os primeiros resultados de uma escavação arqueológica que está ainda a decorrer no “suposto túmulo” do escritor.
Fabien Rober, autarca da cidade de Bordéus, referiu-se a um “momento histórico e emocionante”, dizendo que “estamos, provavelmente,” na presença dos restos mortais do também antigo autarca da cidade Montaigne (1581-1585).
A AFP frisa que faltam agora os resultados das análises científicas levada a cabo para verificar se os restos mortais pertencem realmente ao pensador do século XVI.
“As indicações históricas e arqueológicas fazem-nos acreditar que estamos no caminho certo. Acho que sim, [que os restos mortais pertence a Montaigne], mas não temos certeza. Precisamos verificar”, acrescentou Rober.
Os testes devem conseguir determinar a idade e o sexo da pessoa em causa, apontando ainda se esta sofria de pedra dos rins, condições de que o filósofo padecia.
O caixão foi encontrado no interior de uma estrutura de alvenaria e, apesar de já se conhecer a sua existência, só agora é que o túmulo foi aberto pela primeira vez.
Já há vários anos que se confunde a localização dos restos morais de Montaigne, depois de o seu corpo ter sido deslocado várias vezes após a sua morte. O filósofo morreu aos 59 anos. Em vida, esteve muito envolvido na vida política e social da cidade de Bordéus.