Numa altura em que o número de casos de covid-19 não pára de aumentar, para os especialistas presentes na reunião do Infarmed foi fácil concluir que a melhor estratégia de prevenção passa por vacinar o maior número de pessoas o mais rápido possível.
Contudo, para que o processo possa decorrer sem percalços, escreve o Público, é necessário a execução de mais meios, uma reformulação do plano e reforçar a estrutura do terreno, tendo em conta o aumento da população-alvo a imunizar contra a covid-19, face ao objetivo inicial, refere o coronel Carlos Penha Gonçalves, que lidera o núcleo de coordenação da campanha de vacinação em curso.
Penha Gonçalves destacou ainda que é essencial reforçar a estrutura responsável pela administração das doses, já que esta é responsável pela vacinação simultânea de pessoas a partir dos 65 anos contra a covid-19 e contra a gripe.
Por outro lado, fala num reforço da estrutura que coordena o processo. Isto porque o núcleo por si coordenado é constituído apenas por oito elementos, quando a antiga task force, liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo, tinha mais de três dezenas de militares dos três ramos das Forças Armadas.
“Para já, o foco é fazer o que estava planeado, mas vamos ter de repensar e reprogramar o plano. Vamos ter de escalar, é preciso aumentar a capacidade de vacinação”, frisou, citado pelo Público.
A questão da reorganização do processo surge depois da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter anunciado na quinta-feira que será dada uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 a outros grupos além dos que foram inicialmente priorizados – as pessoas a partir de 65 anos, os imunodeprimidos e os profissionais de saúde.
Também vão receber a terceira dose os recuperados da infecção com mais de 65 anos, as pessoas a partir dos 65 anos com mais de cinco meses de vacinação e todos os cidadãos com mais de 18 anos que foram inoculados com a vacina da Janssen (de toma única).
Esta atualização aumentou o número de pessoas ilegíveis para a inoculação. Feitas as contas, são cerca de 1,8 milhões cidadãos, o que implica “duplicar” o esforço, sublinhou o coronel na reunião, acrescentando que “a duplicação da capacidade não acontece instantaneamente”. Na sua opinião, é necessário priorizar os “mais frágeis e mais expostos”.
No que diz respeito à campanha de vacinação da gripe, esta está a avançar de forma mais célere, sendo que também arrancou mais cedo.
No grupo etário das pessoas com 80 ou mais anos a cobertura vacinal é já de 73%, enquanto no grupo dos 70 aos 79 anos desce para 42% e, entre os 65 e os 69 anos, para 20%, revelou Penha Gonçalves.