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Relvas ainda é doutor, mas 151 já perderam o canudo da Lusófona

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José Sena Goulão / Lusa

Miguel Relvas, ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares

O “caso Miguel Relvas” levou à revisão de 152 diplomas de ex-alunos da Universidade Lusófona, devido a irregularidades na concessão de equivalências. Entre eles está o próprio Miguel Relvas que, contudo, ainda mantém a sua Licenciatura.

As conclusões da auditoria da Inspecção Geral de Educação e Ciência (IGEC) ao regime de equivalências da Lusófona foram disponibilizadas aos jornalistas nesta semana. No processo são evidenciadas as irregularidades na concessão de equivalências, destacando-se particularmente o caso de Miguel Relvas que originou a investigação.

O Observador, que consultou o processo, destaca que o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares do governo de Passos Coelho teve “equivalências a 32 cadeiras diferentes, num total de 160 créditos, em 180″.

Miguel Relvas, de acordo com o mesmo documento, só precisou de fazer quatro cadeiras do curso de Ciência Política e Relações Internacionais para obter a Licenciatura.

As equivalências foram conseguidas depois de o ex-ministro facultar à Lusófona documentos como notícias de jornais, textos do PSD e informação do site do Parlamento dando conta do seu percurso profissional político, com as quais obteve “90 créditos em cadeiras como Socioeconomia Política da União Europeia, Introdução ao Direito, Inquéritos e Sondagens de Opinião, Classes Sociais, Elites e Lobbies”, destaca o jornal.

Mas Miguel Relvas conseguiu equivalências também “por competências adquiridas no exercício de funções privadas e de intervenção social e cultural e frequência universitária, tais como ter sido presidente da assembleia geral da Associação de Folclore da Região de Turismo dos Templários.

Apesar de a Licenciatura de Miguel Relvas ser uma das 152 consideradas nulas, o ex-ministro mantém o título académico porque ainda decorre um processo no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, movido pelo Ministério da Educação, em torno do caso.

Só depois de sair uma decisão neste âmbito, é que a Lusófona poderá proceder à eventual anulação da Licenciatura de Miguel Relvas. Segundo noticia o Correio da Manhã, o ex-ministro vai contestar esta medida.

Quanto aos restantes 151 ex-alunos da Lusófona que ficam sem a licenciatura, 102 já terão manifestado a intenção de regularizar a situação, mas há quem não se conforme com a decisão.

Não somos todos relvices“, desabafa no Diário de Notícias o fadista Nuno da Câmara Pereira, um dos ex-alunos da Lusófona que perde a Licenciatura em Engenharia Ambiental.

“Eu tenho dois diplomas: um de licenciado em Engenharia do Ambiente e uma pós-graduação em Ciências do Ambiente. As pessoas que frequentaram o curso fizeram-no de boa fé, estudaram e passaram”, destaca Nuno da Câmara Pereira, que integra os quadros do Ministério da Agricultura há cerca de 40 anos..

Eu até tive que repetir cadeiras“, acrescenta o fadista.

A auditoria da IGEC também concluiu, refere o Diário de Notícias, que as responsabilidades pelo caso “acabam por ser mais imputadas à instituição do que aos alunos“.

O que é certo é que estes têm que devolver os respectivos diplomas, e alguns admitem vir a processar a Lusófona.

ZAP

10 Comments

  1. Mas atããããn excuten lááá:
    E o ENGINHÊRE DOMINGUÊRE?!
    Enquante estiver cá coagenti, vai continuare ingenhêre ô tambenhe le van tirare o canude?!

      • Eu não quero ser,
        EU SOU.
        Há muitos anos – consegui-o numa universidade pública onde não havia lugar a arranjinhos nem detergentes.
        Não comparo nada, oh anormal.
        Mete-me nojo ver estes merdas em lugares de responsabilidade e lacaios como tu – sem coluna vertebral – a tentar branquear alguns destes energúmenos.

      • Pelo linguarejar vê-se logo que é doutor, mas são os doutores da sua época que facilitam agora os arranjinhos.
        Esses é que não terão coluna vertebral “Sr. Doutor”.

  2. Há dois casos de maior estampa: Relvas e Sócrates… Ambos dotados em dicção, expressão fonética, entoação e oratória. Quanto ao lastro académico parece que as unidades ECTS (Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos) foram levadas às cavalitas ou ao ombro de alguém

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