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Ser religioso aumenta a esperança média de vida

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JMJ Rio 2013 / Flickr

Ser religioso pode aumentar a esperança média de vida. Segundo um estudo, que analisou os obituários de mais de mil pessoas dos EUA, as pessoas religiosas  vivem, em média, quase mais 4 anos do que os ateus. 

As conclusões encontradas mantiveram-se iguais mesmo depois dos pesquisadores levarem em conta aspetos como o género e o estado civil, dois critérios conhecidos por influenciarem o tempo médio de vida.

Na verdade, as mulheres vivem de 4,8 anos a mais que os homens mas, a influência da religião na esperança média de vida também chegou perto destes valores, de acordo com os investigadores.

“A afiliação religiosa teve um efeito quase tão forte sobre a longevidade de vida como o sexo, que é uma questão de anos de vida” disse Laura Wallace, autora principal do estudo e aluna de doutoramento em Psicologia na Universidade de Ohio, num comunicado.

Este novo estudo, publicado esta quarta-feira na revista Social Psychological and Personality Science, vai ao encontro de estudos realizados anteriormente que relacionam a religião com benefícios para a saúde.

Há pesquisas que afirmam que frequentar serviços religiosos está diretamente ligado a uma maior longevidade de vida. No entanto, estes estudos costumavam usar os próprios testemunhos das utilizadores destes serviços, não sendo certo qual seria a precisão das informações recolhidas.

Os investigadores notaram ainda que o estudo encontrou apenas uma associação, não tendo sido possível determinar se ser religioso aumenta o tempo de vida ou se as pessoas mais saudáveis tendem a ser mais religiosas.

Religião e tempo de vida

Para realizar o estudo, os investigadores analisaram cerca de 1.100 obituários de 42  cidades importantes dos EUA publicadas online entre 2010 e 2011. Considerava-se uma pessoa religiosa caso o obituário mencionasse atividades religiosas.

Os investigadores também tiveram em conta a idade da pessoa em causa, o género e o estado civil bem como, o número de atividade sociais e voluntárias em que participavam. Uma análise mais aprofundada revelou que o voluntariado e a participação em organizações sociais explicavam parte, mas não toda a relação entre religião e longevidade de vida.

De acordo com os investigadores, o estilo de vida também poderá ajudar a explicar a associação encontrada. Muitas religiões têm regras que restringem práticas de vida menos saudáveis como, por exemplo, o uso de álcool e drogas, que pode ter influência na longevidade de vida.

Além disso, “muitas religiões promovem práticas para redução do stress que podem melhorar a saúde dos fiéis, como a gratidão, a oração ou meditação”, disse o co-autor do estudo Baldwin Way, professor associado de psicologia em Ohio.

As conclusões encontradas também sugerem que o nível geral de religiosidade numa cidade e a forma como os habitantes a valorizam em de acordo com as normas sociais, também pode afetar também a ligação entre religião e tempo de vida.

Nas cidades extremamente religiosas, onde é importante viver em conformidade com as normas sociais, as pessoas religiosas tendiam a viver mais do que as pessoas não religiosas. Por outro lado, nas cidades altamente religiosas, onde não era tão valorizado viver segundo as normas sociais, as pessoas não religiosas tendiam a viver o mesmo que as pessoas religiosas, disse Wallace.

Os investigadores apelidaram este fenómeno de efeito “transbordante”. Neste efeito, os benefícios positivos associados à prática de uma religião estendem-se para a população não religiosa. Ou seja, os ateus podem ser influenciados positivamente por estarem inseridos num ambiente religioso sem que sejam religiosos, provavelmente devido à saúde mental e física da comunidade.

No entanto, a equipa de investigação salienta ainda que estes representam apenas resultados preliminares que necessitam de ser replicados noutros estudos.

3 Comments

  1. acho que prefiro ir mais cedo os tais 4 ou 5 anos,do que passar grande parte da vida em ( dieta ) disto ou daquilo,afinal essa gente na sua maioria sao ignorantes ,que pouco mais sabem alem das suas ( biblias ) e tem vidas aparvalhadas e monotonas

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