Os habitantes do Reino Unido estão “proibidos” de se apaixonar no estrangeiro

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Alisdare Hickson / Flickr

Protesto de imigrantes em Londres

Em breve, um cidadão local pode viver com alguém estrangeiro – mas tem de ter um salário anual superior a 45 mil euros.

A imigração é cada vez mais um assunto “quente” em diversos países da Europa.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Rishi Sunak quer deportar imigrantes ilegais para o Ruanda, tentando travar o fluxo que chega de França.

E, na segunda-feira passada, foram anunciadas novas regras sobre vistos familiares.

Daqui a poucos meses, a partir de Abril de 2024, os cidadãos britânicos (ou as pessoas já instaladas no Reino Unido) podem receber o seu novo parceiro amoroso que vive no estrangeiro – mas tem de provar que recebe um salário anual superior a 45 mil euros. Só assim o companheiro estrangeiro pode viver no Reino Unido.

Refira-se que só 27% das pessoas que vivem no Reino Unido têm um salário a essa escala.

O Governo justifica-se: esta medida vai permitir que as famílias se possam sustentar.

“Não há qualquer justificação para isto”, atirou Katharine Ward, inglesa que vive com um namorado que veio da Jordânia.

“Tudo isto deixou-me incrivelmente zangada. Estas são as coisas mais privadas da vida das pessoas: Quem se ama, onde se vive… E depois aparece um anúncio do Governo que nos tira o controlo de todas essas coisas”, lamentou, no canal Euronews.

Katherine começou a chorar quando soube da novidade; receia perder o seu namorado – o seu salário não chega ao patamar dos 45 mil euros e, mais do que isso, o namorado pode perder o emprego em breve.

Ou separam-se, ou voltam para a Jordânia (e não querem nenhum desses dois cenários).

Já o namorado critica: “Os políticos continuam a enviar a mensagem de que, se estás aqui como migrante, não és bem-vindo. Apesar de isso não ser verdade, penso que se torna evidente”.

Os observadores no Reino Unido acham que esta nova lei vai ser uma “proibição de facto” de os britânicos casarem com estrangeiros. Só alguém com salário muito alto poderá casar com alguém de outro país.

Josephine Whitaker-Yilmaz é directora da Praxis, um grupo de defesa dos direitos dos migrantes sediado no Reino Unido. E pergunta: “Porque é que o direito de nos apaixonarmos e construirmos uma vida com quem escolhermos depende de quanto ganhamos?“.

“É um desprezo insensível. O Governo está disposto a sacrificar os direitos dos cidadãos britânicos que se apaixonam além-fronteiras para reduzir a migração líquida”, acrescentou, falando em “verdadeira raiva” por parte dos cidadãos locais.

Por outro lado, pode aumentar a imigração ilegal, sempre mais arriscada.

Ao mesmo tempo, poderá levar as pessoas a tornarem-se imigrantes sem documentos, se quiserem ficar com a família, mas não puderem renovar os seus vistos.

Esta medida ainda deve seguir para tribunal. Pode violar o direito à família ao abrigo da Lei dos Direitos Humanos de 1998 e da Convenção Europeia dos Direitos do Homem.

ZAP //

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4 Comments

  1. Agora que o monhé Sunak se julga branco e de pura descendência britânica, fecha a porta a todos os escuros que queiram entrar.
    Ah mundo cão…!!!

  2. “Que se apaixonam em paises estrangeiros ?” ! Ora que boca mais sem verdade nenhuma !!!
    Uma britânica só vaui b uscar um africano por motivos que conhecemos e não por amorr !!!

    Um em cada 1000 casos pode ser porque é quem se casa para obter apenas cidadania e direitos !!!
    Não me venham com coisas ! Não sou racista, aceito imigração, mas com regras e bom senso e não a torto e a direito.
    Estamos a transformar a Europa num centro de multiraças com os previstos problemas nestasta situações.; terrorismo,
    crimes graves, despespeito pelos locais, etc etc.

  3. Muitos dos casamentos são fraude apenas para ganhar nacionalidade. Se não estão contentes, vão para a terra deles. A Europa está a tornar-se ou já se tornou num albergue para estrangeiros. Por isso, a extrema direita ganhou na Holanda e vai ganhar e muitos mais países. Estes tipos da política pensam que as coisas se resolvem com paninhos quentes, mas muitos deles ( terroristas) não querem paninhos quentes.

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