Após a primeira semana desde o início da vacinação no Reino Unido, o país encontrou uma nova estirpe do vírus e colocou Londres nas medidas de nível 3 – mais restritivas. Já os Países Baixos vão confinar até 19 de janeiro.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, em Londres e partes do sudeste de Inglaterra, 10 milhões de pessoas vão entrar em medidas de nível 3 na quarta-feira, anunciou o secretário de saúde Matt Hancock – menos de duas semanas após um confinamento nacional projetado para suprimir o aumento de casos de coronavírus.
“Isto ainda não acabou”, disse Hancock, colocando Londres e partes de Essex e Hertfordshire no nível 3 e aumentando o número de pessoas sob as regras mais rígidas para 34 milhões, após uma semana de notícias animadoras desde o início do lançamento da vacina
Num anúncio surpresa, Hancock disse ainda, na Casa dos Comuns, que foram encontrados mais de 1.000 casos de uma nova estirpe de vírus em quase 60 áreas, predominantemente no sul da Inglaterra.
O ministro sugeriu que a nova estirpe estava a crescer mais rapidamente do que as variantes já encontradas, mas enfatizou que o conselho clínico sugeria que era “altamente improvável” que a mutação deixasse de responder a uma vacina.
Chris Whitty, diretor médico da Inglaterra, afirmou que não havia evidências de que a variante fosse mais perigosa e que seria detetada por testes. Whitty também enfatizou em Downing Street que a nova estirpe não era a razão por trás das mudanças para o nível 3.
“A razão pela qual a camada 3 foi introduzida é porque as taxas têm subido muito rápido em muitas áreas. A variante pode estar ou não estar a contribuit para isso, mas a realidade disso é que está a acontecer em toda a linha, e essa é a razão para fazer as mudanças”.
A Associação Médica Britânica, que representa a maioria dos médicos britânicos, disse que a entrada de Londres para o nível 3 salvaria vidas. Gary Marlowe, o presidente do conselho regional de Londres, disse que “a escalada em Londres mostra quão rapidamente o progresso para controlar o vírus foi desfeito e com a implementação da vacinação ainda na sua infância, agora não há outra opção a não ser mover Londres para o nível mais alto”.
Países Baixos reconfinam até 19 de janeiro
O primeiro-ministro, Mark Rutte, anunciou o confinamento de cinco semanas num discurso interrompido por assobios e gritos de manifestantes que protestavam contra as restrições, que entram em vigor a partir de terça-feira.
As creches, as escolas e todas as atividades consideradas não essenciais dos Países Baixos vão encerrar até 19 de janeiro para tentar conter as infeções pelo novo coronavírus. À exceção de supermercados, mercearias e farmácias, todos os estabelecimentos vão encerrar a partir de terça-feira, incluindo museus, cinemas, salas de espetáculos e jardins zoológicos.
“Não estamos a lidar com uma simples gripe, como pensam as pessoas que estão atrás de nós”, disse, referindo-se aos manifestantes.
Na semana entre 2 e 8 de dezembro, o número de infeções confirmadas fixou-se acima de 43 mil, segundo a informação divulgada pelo Instituto Nacional para a Saúde Pública e Ambiente dos Países Baixos.
A população holandesa foi ainda aconselhada a permanecer em casa e a receber, no máximo, duas pessoas por dia e três no Natal.
O Governo liderado por Mark Rutte já tinha decretado o encerramento de restaurantes, bares e coffee shops em 14 de outubro e endureceu as medidas de combate à pandemia em 3 de novembro, ao encerrar museus, cinemas e jardins zoológicos por duas semanas.
Recolher durante 4 dias no Ano Novo na Turquia
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou esta segunda-feira um recolher obrigatório de quatro dias durante o Ano Novo para combater a propagação da pandemia.
Durante uma reunião do conselho de ministros, Erdogan afirmou que o recolher obrigatório vai começar na noite de 31 de dezembro e vigorará até à manhã de 4 de janeiro.
O Governo reintroduziu este mês os confinamentos durante o fim de semana, assim como recolher obrigatório noturno perante um aumento nos números de novas infeções e mortes, tendo evitado, até agora, um confinamento total para manter à tona a frágil economia do país.
Erdogan anunciou também apoios aos negócios afetados e prometeu prolongar os descontos nos impostos.
As estatísticas de hoje do Ministério da Saúde mostraram um recorde de 229 mortes diárias, elevando o total de óbitos para 16.646. A média de sete dias de infeções diárias tem estado acima das 30 mil, o que torna o país num dos mais afetados do mundo.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.612.297 mortos resultantes de mais de 72,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se na Itália (65 011 mortos, mais de 1,8 milhões de casos), seguindo-se Reino Unido (64 170 mortos, mais de 1,8 milhões de casos), França (58 282 mortos, mais de 2,3 milhões de casos) e Espanha (48 013 mortos, mais de 1,7 milhões de casos). Portugal contabiliza 5649 mortos em 350 938 casos de infeção.
Maria Campos, ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe