O Lesoto é o único país situado totalmente acima dos 1.000 metros de altitude. É o que está mais próximo do céu precisamente porque sonhou mais alto.
Situado na África Austral, sem litoral, “O Reino no Céu” ganhou este apelido que quase divinal por ser a única nação do mundo inteiramente situado acima dos 1.000 metros de altitude.
O ponto mais baixo do Lesoto está a uns impressionantes 1.400 metros acima do nível do mar, ultrapassando os picos mais altos de muitos países.
A geografia deste pequeno país, que tem cerca de um terço da área de Portugal em quilómetros quadrados, é consequência da sua resiliência histórica.
No início do século XIX, durante o período Mfecane — marcado por deslocações e violência generalizadas causadas pela expansão do Reino Zulu sob o comando de Shaka Zulu — um clã liderado pelo rei Moshoeshoe I procurou refúgio nas montanhas. Este terreno elevado proporcionou uma fortaleza defensável ao grupo, onde Moshoeshoe estabeleceu um reino que mais tarde se tornaria o atual Lesoto, recorda a BBC.
Anteriormente conhecido como Bassutolândia, o Lesoto entrou no domínio colonial britânico em 1843, através de um tratado com Moshoeshoe. Embora tenha sido anexado à Colónia do Cabo em 1871, recuperou o controlo direto da Coroa em 1884. Décadas mais tarde, em 1966, durante a onda de descolonização de África, o Lesoto alcançou a independência, com o Rei Moshoeshoe II como seu primeiro governante.
Enquanto outras nações montanhosas, como o Nepal e o Butão, contam com picos imponentes nos Himalaias, os seus pontos mais baixos situam-se muito abaixo dos 1.000 metros. O Nepal, por exemplo, estende-se desde o cume do Monte Evereste, a 8.848 metros, até apenas 60 metros nas planícies do Tarai: nada têm contra esta nação permanentemente empoleirada nos céus.