Refugiados: 294 em 308 concelhos acolheram cidadãos com regime de proteção temporária

EPA/Roman Pilipey

Refugiados junto a um carro, em Zaporizhzhya

Parlamento decide esta tarde se inicia ou não uma comissão parlamentar de inquérito ao caso de Setúbal.

Esta tarde a Assembleia da República vai debater em plenário o problema do acolhimento de refugiados da Ucrânia. A primeira parte do debate, que deverá durar 43 minutos, decorrer a pedido do Chega e tem como objetivo discutir “a garantia dos direitos e liberdades no acolhimento e integração dos refugiados ucranianos”. A segunda, resultante de uma comissão de inquérito “à atuação do Estado português no estabelecimento de parcerias com associações de cidadãos russos no acolhimento e integração dos cidadãos ucranianos em Portugal”.

No entanto, já é possível dizer que a comissão de inquérito não passará do papel, já que a bancada maioritária do PS vai votar contra, utilizando vários argumentos para justificar a decisão. Primeiramente, o de que o Parlamento não tem de iniciar um inquérito ao caso de Setúbal quando estão pelo menos três em curso, realizadas por outras entidades.

Ao longo das últimas semanas, o assunto também tem vindo a perder espaço mediático. À ameaça não concretizada do PSD de retirar todos os seus vereadores do executivo, o PS respondeu com silêncio. Como tal, André Martins, autarca eleito pelo PEV, conseguiu segurar o seu lugar e parece ter caído por terra a ideia de no país existiriam mais casos semelhantes no acolhimento de refugiados.

Para além do problema de Setúbal, a secretária regional da Inclusão Social e Cidadania da Madeira, Rita Andrade, também admitiu ontem que a integração de refugiados no mercado de trabalho madeirense não tem sido tranquila.

“Neste momento, não tem sido tão fácil a inserção profissional das pessoas com origem na Ucrânia, contrariamente ao que inicialmente tínhamos previsto”, afirmou, explicando que os primeiros refugiados que chegaram à Madeira eram turistas e “falavam muito bem línguas”, enquanto muitos dos viajaram posteriormente não dominam o inglês nem o português.

Além disso, continuou, a grande maioria dos refugiados são mulheres com crianças e sem estrutura familiar e maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Já o processo do ensino do português decorre positivamente. “Aprendem muito rapidamente, já chegámos a mais de cem pessoas ucranianas para falar a língua portuguesa.”

Para já, os números oficiais referem que há 4670 refugiados matriculados nas escolas do pré escolar e do ensino secundário.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.