Referendo à imigração “é inútil”

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Manuel De Almeida / Lusa

O secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia

O secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, considerou este sábado que um referendo à imigração, ideia lançada pelo Chega, é algo inútil e defendeu que a entrada de estrangeiros é necessária, mas deve ser regulada.

“Podemos ter a abordagem das associações que querem legalizar toda a gente em que circunstância for e que estão ligadas a movimentos de ativistas e, alguns deles, a forças políticas, ou então podemos fazer disto um tremendismo, tentar assustar toda a gente, propor coisas inúteis como referendos”, afirmou.

O também vice-presidente do CDS-PP interveio na 10.ª edição da Escola de Quadros do partido, que decorre até este domingo em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

“O que o Governo está a fazer, e bem, é não alinhar em nenhum desses caminhos, é tentar fazer uma política sensata e correta”, assinalou, defendendo a “imigração é necessária mas é preciso imigração regulada, é isso que está no programa do Governo e é isso que se pretende fazer”.

Telmo Correia considerou que o fim da manifestação de interesse “é o elemento mais importante e mais visível dessa regulação, mas não chega“, referindo outras medidas que o Governo tem em marcha, como a nova Unidade de Estrangeiros e Fronteiras.

No final de agosto, o líder do Chega anunciou a intenção de avançar com uma proposta para a realização de um referendo sobre a imigração, iniciativa que ainda não foi formalizada na Assembleia da República.

Na sua intervenção, Telmo Correia salientou que Portugal tem sido “consistentemente considerado como um dos 10 países mais seguros do mundo”, mas admitiu que há em certos locais do país um “sentimento de insegurança subjetiva relacionado com a entrada de pessoas estrangeiras, que têm culturas e hábitos diferentes”.

Telmo Correia disse que isso “não pode ser ignorado e descurado“, mas criticou aqueles que “procuram explorar da forma mais negativa possível” esta perceção.

O governante salientou que as “estatísticas não demonstram que haja um problema de criminalidade diretamente associado à vaga migratória e ao sistema quase de porta aberta dos últimos tempos”.

Não temos mais crimes por termos mais migrantes, não temos mais crimes cometidos forçosamente por migrantes e não temos uma população prisional essencialmente composta por migrantes ou em que eles tenham um peso significativo em relação ao passado”, acrescentou.

O secretário de Estado da Administração Interna indicou ainda que o Governo “muito em breve” irá avançar com o diploma relativo ao agravamento de penas para crimes cometidos contra elementos das forças de segurança, mas não quis comprometer-se com uma data para a apresentação da proposta de lei no parlamento.

Falando perante uma plateia de jovens centristas, o secretário de Estado foi questionado também sobre a possibilidade de os elementos das forças de segurança terem filiação partidária, ideia que recusou.

Telmo Correia defendeu que estes profissionais “não podem nem devem ser partidarizados”, afirmando que isso é “um erro” porque “grande parte do seu estatuto e da sua autoridade, tal como as Forças Armadas, vem de representarem a soberania”.

Considerou também que os polícias não devem ter direito à greve, sustentando que são “servidores do Estado, mas não meros funcionários públicos“, e defendeu que têm de ser valorizados, não apenas em termos salariais, mas também ao nível das condições de trabalho, melhores instalações e equipamento.

Neste ponto, o dirigente do CDS-PP voltou a apontar críticas ao Chega, considerando “lastimável um partido ter apelado à contestação” das forças de segurança no parlamento.

É muito engraçado que quem diz que quer pôr ordem depois apele permanentemente à desordem, acho que há aí uma contradição”, criticou.

// Lusa

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5 Comments

  1. Não sei porque um referendo bem informado é inútil!
    230 deputados na AR é que parecem pouco úteis e poderiam ser muito menos!
    Sentimentos de insegurança? Claro que sim! Em certas zonas de Lisboa parece que estamos no oriente e que já não existe Portugal…

  2. O Partido Chega é uma fraude, propõe um referendo à introdução de quotas para a emigração por saber que se o referendo se realizar os Estrangeiros que estão a ser deslocados para Portugal desde 2012 até à presente data sem qualquer justificação ou critério, vão poder votar e com isso impedir a aplicação de quotas na emigração através do voto contra essa medida.
    O Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, até aprovaria o referendo porque sabe que o não vencerá, e com tudo isto temos a prova que o Partido Chega faz parte do sistema.
    «…Pretende-se legalizar mais 600.000 imigrantes até março, quase mais 6% da população portuguesa. Com que critério Com que objetivo? Com que necessidade?…» – Presidente Rui Rio (https://x.com/RuiRioPT/status/1718707495571538399)

  3. Claro que a classe politica não quer um referendo sobre a Imigração ! Porque sabe que é um tema sensível e sim, podiam ter surpresas. O André Ventura teve uma excelente ideia, ele conhece o pulsar dos portugueses, ainda ontem vinha num comboio da CP, linha de Sintra, e um casal de americanos que depois falei com eles só olhavam para as carruagens e para os passageiros: 60% africanos, 30% brasileiros, 10% árabes a maioria a falarem muito alto e sem noção de como se comportarem. Os brasileiros a falarem de esquemas com A Segurança Social com médicos de família, eu que sou portuguesa estou há anos à espera que me atribuam um. A cultura deles é essa ! Podem até viver 12 num apartamento ou numa casa que no País deles vivem bem pior, por isso vêm para a Europa. Este secretário de Estado da Administração Interna é uma anedota o que ele diz ! É claro que a maior parte dos crimes de não violência doméstica são cometidos por imigrantes. A ” sensação ” de insegurança existe sim ! Portugal não está preparado e nem quer este fluxo de imigrantes, ao António Costa se deve esta tragédia de politica de ” portas escancaradas ” Ele como é indiano …

  4. A vontade de permanecer en Território Português , por uma Vida melhor que no País de origem , é legitima ! . Mas Ilegítimo é a entrada no País sem controle nem cotas estabelecidas por quem nos Governa . É toda a diferença entre Imigração legal e ilegal . Imigração legal , tem que permanecer no País com condições “Humanas” , com os mesmos direitos e deveres estabelecidos na Constituição , e não serem escravos de Empregadores sem escrúpulos ! ….O país não pode acolher mais do que o razoável e sustentável !

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